Produtores de café vulcânico buscam indicação geográfica

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Selo pode elevar preços em até 50%

 



A demanda crescente por cafés especiais e característicos de apenas uma região vem incentivando os cafeicultores da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Região Vulcânica de Poços de Caldas (Cafés Vulcânicos), no Sul de Minas, a investir em meios que comprovem a qualidade superior e única dos cafés produzidos na região - naturalmente mais encorpados, adocicados e com notas cítricas. Para isso, a entidade está pleiteando junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) o selo de Indicação Geográfica (IG). O objetivo com a diferenciação é agregar valor ao produto, que pode ter os preços elevados em até 50%.

De acordo com o presidente da entidade, Marco Antônio Lobo Sanches, as expectativas em relação à conquista do selo de identificação geográfica são muito positivas. Além de atestar a qualidade e o diferencial da bebida, a certificação contribui para que as negociações com o exterior sejam ampliadas.

"Há dois anos iniciamos os trabalhos para diferenciar os cafés da região. Tomamos esta decisão devido ao grande potencial que a região possui em relação à produção de café de qualidade e com características únicas. Além da altitude e do clima favoráveis, ainda contamos com um solo vulcânico com alta fertilidade, e que confere ao café um sabor totalmente diferenciado dos demais. A demanda internacional pelo nosso produto é grande devido à qualidade. Quando conquistarmos o IG, certamente haverá expansão dessa demanda, pois vamos comprovar que nosso produto tem qualidade exclusiva", disse Sanches.

Enquanto aguardam a conquista do selo, os produtores devem começar, em 2015, a comercializar o café com a marca da associação "Cafés Vulcânicos". Para ter direito a negociar o produto com a marca, a bebida deverá atender a rigorosos padrões de qualidade que estão em fase de elaboração. Uma das exigências será a prova de xícaras, na qual a pontuação do café deve ficar acima de 80 pontos.

Atualmente, cerca de 40 cafeicultores ligados à associação estão investindo na produção do café com o objetivo de ampliar a qualidade e padronizar a produção. Esses produtores estão distribuídos em seis municípios localizados na área vulcânica: Poços de Caldas, Andradas, Botelhos, Campestre, Cabo Verde e Caconde (São Paulo). A produção do município de Divinolândia, em São Paulo, está em análise para comprovar se tem ou não as características de café vulcânico.


Produção - A produção nos municípios já caracterizada como vulcânica, gira em torno de 800 mil a 1 milhão de sacas de 60 quilos na média anual. Do volume total, somente cerca de 15% a 20% são caracterizados como cafés especiais. Os principais compradores dos cafés especiais da região, que até o momento não são negociados com a marca "Café Vulcânico", são o Japão, Estados Unidos, Austrália, Alemanha e Noruega.

"Como produzimos micro lotes de cafés especiais, os preços pagos pelo mesmo também serão diferenciados. Nossa expectativa é comercializar a produção 2015 com a marca da cooperativa a preços de 30% a 50% superiores aos demais cafés. O processo de produção de uma bebida de alta qualidade é mais complexo, porém, o produto é mais valorizado, principalmente no exterior. O caminho a ser seguido é esse. Precisamos sair da produção de café commodity para garantirmos a rentabilidade e termos condições de investir cada vez mais em qualidade", disse.

Após enfrentar perdas com a seca em 2014, as expectativas em relação a safra 2015 estão mais favoráveis. De acordo com Sanches, as chuvas registradas ao longo de novembro estão contribuindo para o bom desenvolvimento das floradas e pegamento dos grãos.

"Ao longo de 2014 tivemos problemas com a seca, porém, devido ao microclima da região, as perdas não foram muito significativas. Para 2015, acreditamos que a produção ficará estável".




Veículo: Diário do Comércio - MG


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