Fim da publicidade infantil custaria R$ 33 bilhões

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O fim da publicidade direcionada ao público infantil, que consta da Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), da Secretaria dos Direitos Humanos, poderá representar uma perda para a economia estimada em R$ 33 bilhões, de acordo com estudo da consultoria GO Associados, feito a pedido da Mauricio de Sousa Produções, e divulgado nesta quinta-feira, 11, em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.

Segundo o economista Gesner Oliveira, da GO Associados, a perda de receita levaria a uma queda de arrecadação de impostos em R$ 2,2 bilhões, além do corte de 720 mil postos de trabalho, tirando R$ 6,4 bilhões em salários de circulação.

De acordo com Oliveira, que já foi presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), os R$ 33 bilhões são equivalentes ao dobro do gasto anual do governo com o programa Bolsa Família, que é de R$ 16,5 bilhões.

O estudo da aponta que os efeitos da restrição à publicidade infantil seriam sentidos em 13 setores da economia, incluindo brinquedos, produção agrícola, higiene e limpeza e varejo.

"A restrição da publicidade é uma ameaça à concorrência, pois dificulta a entrada de novas marcas, que precisam da publicidade para ganhar mercado frente aos líderes já estabelecidos", disse o economista da GO Associados.

Principal empresa de entretenimento infantil do País, a Mauricio de Sousa Produções estima que 80% a 85% de seu faturamento venha do licenciamento de produtos com seus personagens. Como a resolução do Conanda entende que a publicidade de produtos infantis não pode ser direcionada a crianças, isso inviabilizaria que a Turma da Mônica aparecesse em comerciais.

Com essa restrição, na visão da empresa, o interesse pelo licenciamento de produtos direcionados ao público infantil ficaria reduzido.

Presente à divulgação da pesquisa, Mauricio de Sousa afirmou que não pretende criar uma "guerra" em torno do assunto, mas sim debater com o tema com o Instituto Alana, ONG ligada à proteção dos direitos da criança que tem advogado pela aplicação da resolução que prega o fim da publicidade infantil.

Para Maurício, é impossível impedir que crianças e adolescentes tenham acesso a informações sobre produtos. "A criança está na internet, tem as janelas abertas para o mundo. (Restringir o acesso a informações) seria uma violência e um retrocesso", disse.

O estudo da GO Associados também inclui uma seção jurídica que questiona a constitucionalidade da resolução.

Outro lado

Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Instituto Alana tem um parecer jurídico com o entendimento contrário sobre a resolução. De acordo com advogada Ekaterine Karageorgiadis, o texto veio para ajudar o poder público a decidir sobre processos específicos relativos à publicidade infantil, sejam eles individuais ou coletivos. A resolução seria usada para esclarecer a aplicação de regras que já constam de legislações consagradas, entre elas o Código de Defesa do Consumidor (CDC).



Veículo: Agência Estado


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