Lojas conceito viram alternativa para os varejistas que buscam fidelização

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Modelo de negócio aparece como solução para a indústria se aproximar do consumidor e redes do varejo deixarem os serviços e atendimento mais personalizados dentro da unidade

 

 



Em meio a um ano difícil para o comércio, devido ao baixo desempenho econômico, redes do varejo passaram a investir em lojas conceito como forma de atrair os consumidores para o ponto de venda e acirrar a disputa pela concorrência no mercado.

Sendo mais uma opção de compra para os clientes, as flagships como são chamadas, têm como diferencial mensurar o contato da marca com o consumidor e oferecer produtos exclusivos, como informou ao DCI a professora de marketing direto da graduação da ESPM-SP, Maria Luiza Picciolo.

"Essas lojas reforçam o posicionamento de marca das companhias, já que contam com um público muito específico e itens inovadores". De acordo com ela, este modelo de negócio também serve para aproximar a indústria com os consumidores, uma vez que empresas como Electrolux, Bombril e Audi também passaram a investir nas flagships, com serviços diferenciados.

"Na loja da Electrolux você encontra geladeiras que custam R$ 20 mil, são produtos voltado para arquitetos. A unidade conceito da Bombril, por exemplo, conta com um projeto sociocultural e disponibiliza treinamento para as domésticas", disse. Exemplo da indústria se aproximando do consumidor, a Anjo Tintas é outra companhia que resolveu investir em operações conceito. Com 48 unidades em todo o País, a rede inaugurou sua primeira unidade em São Paulo e aposta em parcerias para crescer no mercado.

"Nosso objetivo é ser a terceira marca em nível nacional nos próximos dez anos. Para isso temos investidos em parcerias com lojistas que queiram aderir a uma identidade visual exclusiva da marca", afirmou o diretor executivo da unidade de revenda da companhia, André Sorensen.

Penetração da marca

De acordo com o executivo, chamar a atenção do consumidor e facilitar a entrada da marca no mercado imobiliário está em os destaques do novo modelo de negócio. Tendência no segmento de decoração, as flagships ganharam força diante do baixo desempenho da economia brasileira. "O momento econômico tem levado empresários que antes trabalhavam com dez marcas de tintas a reduzirem para três fornecedores".

Com parcerias de longo prazo, a companhia criou um layout exclusivo para lojistas que queiram aderir à identidade visual da companhia. Orçado entre 40 a 50 mil, o custo da adaptação, que inclui o mobiliário e decoração é dividido entre a companhia e o lojista.

Com lojas conceito em vários estados da federação, a operação tem ajudado a companhia a fidelizar os clientes, além de estimular sua competitividade no mercado. "Cerca de 90% dos produtos vendidos pelos nossos parceiros são Anja Tintas. Contudo, o acordo não impede que ele continue vendendo artigos de outras companhias", finalizou.

Produtos infantis

Especializada no segmento infantil, a Tip Top também resolveu ampliar suas operações através do conceito megastore. Com 100 unidades em operação, a primeira grande loja da marca foi aberta no ano passado e conta com mais de 600 metros quadrados. "Localizada no Morumbi, o projeto foi pensado para ser algo diferente de tudo o que existe no mercado", afirmou o gerente de expansão da marca, Ricardo Marcondes.

Com espaços exclusivos para as crianças, pais e mães, o executivo contou que a proposta da empresa é proporcionar uma experiência de compra inovadora, já que as unidades conceito da marca contam com cursos voltados para gestantes, além de atendimento diferenciado. "O formato nos ajudou a fidelizar os clientes, uma vez que criamos um vínculo com as mães. Além disso, o mercado está muito concorrido e você precisa se destacar de alguma forma", lembrou.

Com itens exclusivos, as mega stores contam com carrinhos de bebês que variam entre R$ 150 a R$ 5 mil. Com investimentos a partir de R$ 3 milhões, a companhia passou a franquear a operação que pode custar até três vezes mais que uma loja tradicional. "Nas unidades temos uma equipe de atendimento até três vezes maior, já que a estrutura é mais pesada. As lojas contam ainda com estoquistas e uma pessoa que faz as instalações das cadeirinhas infantis", finaliza o executivo.



Veículo: DCI


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