Varejo on-line segue otimista e revê para cima projeções

Leia em 4min

Em meio à desaceleração da economia brasileira e à notícia de que o País enfrenta um cenário de "recessão técnica", o comércio eletrônico (e-commerce) destoa. O setor já revê para cima o crescimento, que pode chegar a 25% no ano impulsionado pela Black Friday - período em que os preços são reduzidos pelas redes varejistas para troca de estoque -, e pelas vendas de Natal. "Antes estávamos prevendo crescimento de 20% em 2014", informou o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti.

O diretor esteve na E-fashion Day, evento do setor realizado ontem, em São Paulo. Conforme Guasti, a dinâmica do e-commerce é diferente dos outros canais de vendas, uma vez que o segmento consegue oferecer preços mais "competitivos, além do frete grátis", comentou ele.

Entre os fatores que devem favorecer as vendas de final de ano, Guasti destacou a proximidade da Black Friday. Para o diretor, as redes varejistas já estão se preparando para o evento que deve ter grande participação das lojas físicas. Diferentemente dos Estados Unidos, onde a regra é esvaziar as prateleiras antes do Natal, as empresas brasileiras "devem utilizar a data para oferecer megadescontos para os clientes, se destacando no mercado", apontou.

Com boas expectativas de vendas no Natal, os produtos eletrônicos, celulares, TVs e tablets devem ser os artigos mais comercializados no período. Questionado sobre o futuro, Guasti diz que o varejo brasileiro terá de repensar o seu modelo de atendimento, com plataformas cada vez mais integradas, já que o segmento móvel (mobile) será importante canal de atendimento. "Estamos bem atrasados quando olhamos para outros países. Nos EUA, o assunto do momento é potencializar as vendas nos celulares".

Outlet virtual


Uma das empresas que têm aproveitado o cenário econômico volátil para se desenvolver no País é a rede Privalia. O CEO da companhia, Fabio Bonfá, disse que durante a crise econômica europeia, a companhia se desenvolveu e ganhou espaço inclusive nos mercados espanhol e italiano. Para ele, a desaceleração econômica brasileira não afeta a companhia. O executivo explica que com a redução das vendas, os fornecedores têm bom volume para as pontas de estoque e como a empresa é um outlet virtual, está sempre abastecida. A Privalia têm operações no Brasil, Espanha, México, Itália e Alemanha. Neste último, atua com a bandeira Dress for Less.

"Não vemos crise no e-commerce e isso se reflete nas nossas vendas ao longo do ano, em especial no terceiro semestre que foi muito bom para marca", disse ele.

Preparada para o Black Friday, a companhia aposta no frete grátis e na divulgação para chamar a atenção dos clientes. "Trabalhamos o evento 365 dias no ano, já que diariamente fornecemos descontos de até 70%", ressaltou.

Segundo o CEO, os esforços do outlet virtual agora estão voltados para o setor de logística, já que este ano a empresa iniciou uma reestruturação operacional para melhorar o prazo de entrega das compras. "20% das entregas têm sido feitas, na média, em no máximo seis dias, ante os 25 e 30 dias".

Outro plano da companhia é ter o maior número de campanhas promocionais no modelo de entrega rápida durante o Black Friday, que começa dia 28 de novembro e geralmente dura até cinco dias. A empresa deve também reforçar a estrutura do sistema de navegação da web, que chega a triplicar nos dias de descontos. Atualmente, 40% das vendas da Privalia são através do canal mobile da empresa e o valor chegou a 49% em agosto. Entre os produtos mais comprados, destaque para o setor de moda feminina e calçados que representa 65% das vendas, seguido por utilidades domésticas, cama, mesa e banho (20%) e o restante dividido entre acessórios e brinquedos.

Pesquisa Google

Na área de consumo, as empresas que atuam no e-commerce têm percebido mudanças no hábito de compra dos clientes. Levantamento feito pelo Google (apresentado no E-fashion Day) apontou que atualmente 53% das pesquisas feitas na plataforma da empresa são sobre o mercado de moda feminina.

De acordo com o head de indústria da empresa, Adriano Nasser, o volume de buscas sobre o assunto cresceu 40% de 2011 a 2013 e deve dobrar até o final deste ano. "Entre os termos mais procurados no site está a palavra slim, independente da categoria seja ela terno, camiseta, blazer e outros para homens e mulheres."

Entre os produtos mais procurados pelas mulheres, 50% das buscas são relacionadas a vestidos, que é seguido pelos calçados, saias e blusas. Já para os homens, destaque para os calçados vem crescendo na casa dos 114% desde 2010. "O mercado masculino cresce de forma linear o ano todo, diferente do feminino que possui picos dependendo das coleções."



Veículo: DCI


Veja também

Farmacêuticas brasileiras ultrapassam multinacionais

No 1º semestre, empresas locais faturaram, juntas, R$ 15,8 bi, 50,8% do totalResultado reflete crescimento da ind&u...

Veja mais
Dinamarquesa Lego é a maior fabricante de brinquedos

A dinamarquesa Lego ultrapassou a Mattel, dona de marcas como Barbie e Hot Wheels, e se tornou a maior fabricante de bri...

Veja mais
Área de cultivo e colheita do grão deverão bater novos recordes no Brasil em 2014/15

São cada vez mais nítidos os sinais de que os produtores brasileiros se preparam para semear mais uma safr...

Veja mais
Cesta básica em Salvador está entre as mais baratas

O valor da cesta básica caiu em agosto em todas as 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Est...

Veja mais
TNT amplia participação no setor calçadista

A TNT Mercúrio, empresa que atua com transporte de carga expressa, tem se destacado pela atuação no...

Veja mais
Preço do leite pago ao produtor fica praticamente estável em agosto

Lucratividade em Minas está garantida Apesar do aumento de 2,5% na captação de leite em Minas Gera...

Veja mais
Produção do setor têxtil pode cair até 5%

No primeiro semestre deste exercício, segmento em Minas registrou recuo de 8,5%, segundo dados da Abit A combina...

Veja mais
Cesta básica de Florianópolis é a mais cara do Brasil

O Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – apurou que Flo...

Veja mais
Cesta básica tem nova redução em Belém

NO BOLSO: Recuo médio do curso da alimentação em agosto foi de 2,2% No mês passado, pela seg...

Veja mais