Marketing digital aposta em franquias para expandir

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Enquanto as agências de publicidade prestam serviços personalizados e, por isso, com custos mais altos, as agências de marketing digital percebem o potencial de crescimento ao atender as pequenas e médias empresas. O modelo de franquias, desta forma, pode ser a saída para que os negócios voltados para a área possam abrir mercado e atender a boa parte das 8,4 milhões de micro e pequenas empresas no País.

"É um mercado que está em plena expansão. As perspectivas são totalmente otimistas. As pessoas estão entendendo que a internet faz cada vez mais parte dos negócios", diz José Rubens, diretor da Guia-se Negócios pela Internet. A meta dele é expandir o número de franqueados de 100 para 150, até o final do ano.

Além de apostar na capacidade de atender as pequenas empresas - por conta do baixo custo -, as franquias de publicidade on-line ganham com o amadurecimento do mercado. Por mais que hoje os empresários ainda não saibam como utilizar de forma eficiente as mídias sociais ou a publicidade em sistemas de busca, a internet ganha relevância, dizem especialistas.

De acordo com dados do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), o número de pessoas que considera a internet uma mídia muito importante subiu de 82%(2012) para 88% no ano passado. O resultado é mais de 30 pontos percentuais acima do apurado para a televisão, por exemplo, considerada por 55% dos brasileiros como um veículo muito importante. Outro dado divulgado pelo IAB traz que sete em cada dez (70%) usuários brasileiros de internet escolheria realizar uma atividade on-line em vez de uma off-line caso tenha 15 minutos de tempo livre no dia.

"A dificuldade é exatamente catequisar os empresários. Eles não sabem o que é Facebook, o que é o AdWords [propaganda no Google], o que é SEO [otimização para sistemas de busca, na sigla em inglês]", afirma o máster franqueado da WSI Marketing Digital em São Paulo, Marcelo Cruz. Em outros países, onde as ferramentas já são mais difundidas, ele afirma que os empresários têm a consciência de que "estão mortos" se não estiveram na primeira página das ferramentas de busca.

Cruz afirma que a tarefa de abrir mercado pode trazer dificuldades aos novos franqueados. Ressalta, porém, que quando o mercado estiver maduro, esses empreendedores já estarão com a operação estabelecida e serão referências em suas regiões.

Apostando no grande público de pequenas empresas e na importância da internet, a canadense WSI também planeja expandir em número de franquias. "Quando começamos no Brasil, em 2010, tínhamos quatro franqueados. Hoje, temos 30 e esperamos fechar o ano com algo entre 45 e 50." Cruz diz que a meta da WSI é tangível porque ainda há muito espaço para expansão. Apenas na Cidade do México, que teria um potencial parecido com o da cidade de São Paulo, ele afirma que a rede tem 89 franqueados. Na capital paulista, porém, só existem oito.

A NW Mídia é outra empresa que está apostando no modelo de franquias para expandir. Criada em 2001 para trabalhar com publicidade via links patrocinados no então popular site de busca Cadê, a empresa optou por mudar seu modelo de negócio. Em 2012 foi homologada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). "Temos 15 franqueados, em menos de dois anos. A tendência é reduzir o ritmo, porque a estratégia é qualidade. Mas nossa perspectiva é chegar a 50 ou 60 unidades", diz o diretor de negócios da NWMídia, Alex Andrade.

Também com impasses em relação ao baixo conhecimento dos clientes sobre as ferramentas de marketing digital, Andrade começou fornecer cursos e palestras. "O cliente diz que 'gostaria de criar site que vá para o Google', mas com o curso ele passa a entender que criar site é uma coisa, ir para o Google é outra." Sem conhecer as ferramentas, ele afirma que os empresários podem achar caro o investimento.

Na mesma linha, a Carvajal Informação, dona das marcas de lista telefônica Listel e Editel, está apostando no modelo de franquias para expandir a venda de serviços de marketing digital. Com o declínio dos guias impressos, as ferramentas relacionadas à internet têm ganhado representatividade no balanço da empresa e já são responsáveis por metade do faturamento. A meta é chegar a 200 franqueados até 2015.

Cautela

Por mais que o campo do marketing digital seja fértil, o especialista em franquias Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, afirma que é preciso ter muito cuidado, especialmente com modelos de baixo investimento. "O ideal é conversar com pelo menos quatro franqueados. É preciso ir pessoalmente investigar." Outros fatores a observar são o número de franquias próprias e o tempo de negócio. "A franquia precisa ter conhecimento para transferir. Quem está comprando, adquire algo que não sabe fazer quem já faz."



Veículo: DCI


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