Supermercados em Minas voltam a ter alta nas vendas

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                            Para Amis, pequeno crescimento é um alívio, tendo em vista que o restante da economia vive cenários piores.

 


As vendas nos supermercados mineiros voltaram a crescer depois de quedas consecutivas desde fevereiro deste ano. De acordo com a pesquisa Termômetro de Vendas, divulgada ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), em julho o setor teve expansão de 4,03% em comparação com o mês anterior (junho), representando o primeiro avanço do ano.

O crescimento do setor supermercadista em Minas saiu de 3,64% em janeiro deste ano para 2,58% em fevereiro e, em seguida, continuou decrescendo: 1,58% em março, 0,88% em abril, 0,70% em maio e 0,63% em junho. No último mês os supermercados tiveram sua primeira reação do ano, crescendo 0,84%. O levantamento mostra que na comparação de julho deste ano com o mesmo mês em 2014 também há expansão de 2,14%.

O superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, afirma que o pequeno crescimento é um alívio, tendo em vista que o restante da economia vive cenários piores. Mas ele destaca que ainda não é um número para grande comemoração, pois ainda é muito pequeno. "O crescimento acontece até porque a base de comparação dos meses anteriores é muito baixa. Depois de sucessivas quedas esse avanço nem repôs o que perdemos, mas é uma boa notícia porque cortou o ciclo de queda", diz.

Rodrigues afirma que a reação dos empresários frente à crise também contribuiu para o crescimento. De acordo com ele, os donos dos supermercados estão atentos aos números e têm investido em ofertas para segurar o cliente. "Eles estão usando a criatividade e todos os meios para atrair os clientes, focando principalmente em preço e promoções, que é o que mais atrai os consumidores em tempos de crise", afirma.

Regiões - Além da média total do crescimento, a pesquisa também revela os números por região. As regiões Zona da Mata e Sul foram as que mais avançaram com 4,89% e 4,83% de crescimento, respectivamente. Por outro lado, a região Centro-Oeste foi a que cresceu menos: 2,89%. As regiões do Vale do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha cresceram 4,19%, a Central 3,95%, o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba 3,92%, e a Norte e o Nordeste 3,22%.

O superintendente afirma as regiões Zona da Mata e Sul normalmente não são as que lideram a economia no Estado, então quando há uma melhora, o percentual de crescimento se destaca, devido à base de comparação anterior. Além disso, ele destaca que os supermercadistas do Sul relataram um movimento maior nas unidades por causa da presença de turistas, que procuraram a região no período de férias.

"O Sul de Minas tem o Circuito das Águas que é muito famoso e atrai turistas. Como o dólar está alto, muita gente que deixou de viajar para fora e ficou por aqui", analisa.

Já o baixo crescimento na região Centro-Oeste tem a ver com o desempenho da economia local, na opinião de Rodrigues. " uma região que tem muita influência do minério, que não está tão bem. Isso reflete na economia local, na geração de emprego e até no ânimo do consumidor que tem o comportamento alterado de acordo com a percepção de como as coisas vão", afirma.

Tendência - O superintendente acredita que a tendência agora é que os números melhorem de forma que o setor feche o ano com um acumulado de 1,5% de crescimento e R$ 30 bilhões de faturamento. " claro que a rentabilidade sobre esse faturamento vai ficar comprometida em 2015. Normalmente trabalhamos com uma taxa de 2% de lucro, mas este ano deve ficar em 1%. Isso porque os custos operacionais aumentaram muito e os empresários estão precisando guerrear preço para segurar o cliente", afirma.

Rodrigues afirma que a boa expectativa para os próximos meses se deve à possível melhora da confiança do consumidor. Além disso, ele afirma que no segundo semestre a renda das famílias está menos comprometida com as contas do início do ano.

"O cenário já está ruim e daqui para frente não deve piorar. Todo início de governo é traumático porque é momento de colocar ordem na casa e este ano foi mais difícil ainda. Agora esperamos que a presidente tome medidas para melhorar a economia e que o consumidor se sinta mais motivado a comprar", aposta.

 

Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG




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