Economia fraca impacta Grupo Pão de Açúcar

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                                    Cenário mais complexo no Brasil e o aumento das despesas operacionais foram dois fatores que prejudicaram diretamente o desempenho da companhia no segundo trimestre do ano



A desaceleração econômica impactou o desempenho da principal rede varejista do Brasil, o Grupo Pão de Açúcar (GPA). A operação teve prejuízo de R$ 30 milhões no segundo trimestre, ante um lucro de R$ 358 milhões obtido em igual período do ano anterior.

Segundo o CEO do GPA, Ronaldo Iabudi, o cenário complexo da economia brasileira e o aumento das despesas operacionais da rede foram os responsáveis pelo desempenho arrefecido. "Além disso, os maiores patamares de despesas, que sofreram reajustes em linha ou acima da inflação e o crescimento da taxa de juros, contribuíram para o resultado", disse o executivo.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda da sigla em inglês) foi de R$ 665 milhões no período, queda de 39% na mesma base de comparação. As despesas, quando somadas todas as operações do GPA, entre elas o Minuto Pão de Açúcar, que terá 30 lojas em operação até o final do ano, tiveram incremento de 11,9% no período totalizando R$ 3,2 bilhões.

"O aumento da energia elétrica impactou principalmente o varejo alimentar ficando próximo a 42% da receita no segundo trimestre", afirmou o CFO da varejista, Christophe Hidalgo. Segundo o executivo, o terceiro trimestre também terá aumento de energia em algumas regiões e isso pesará nos resultados futuros. "Haverá ajustes em certas regiões. E aumento da energia pode chegar a 70% em certos locais."

A operação não alimentar também colaborou para a redução dos resultados. O desempenho da Via Varejo - Casas Bahia e Pontofrio - foi influenciado pela menor demanda de consumo.

Na divulgação de seus resultados, a Via Varejo reportou prejuízo líquido de R$ 13 milhões entre abril e junho, frente ao lucro de R$ 187 milhões obtido um ano antes. A empresa afirmou que no período a operação teve um pequeno ganho de mercado (market share) e que foram abertas 21 lojas. Com queda de 23,5 % nas vendas no conceito "mesmas lojas" no segundo trimestre, a Via Varejo fechou 19 lojas deficitárias e converteu 30 lojas de Pontofrio para casas Bahia, adequando assim a operação a região de atuação.

Atacado recorde

Na contramão, o braço atacadista Assaí obteve resultado significativo. "A nossa evolução de vendas foi de 26% no período", afirmou o presidente do Assaí, Belmiro Gomes. Segundo o executivo, só na operação atacadista foram agregados 40 mil metros quadrados de área de vendas. "Enquanto tivemos queda no público de food service, apresentamos crescimento na procura do consumidor final nos pontos de venda", disse Gomes. A bandeira está com sete unidades em construção e na opinião do CFO Christophe Hidalgo, pode "ter resultado recorde este ano".

Postos de trabalho

Seguindo a tendência do comércio de movimento de queda nos postos de trabalho, o GPA reduziu seu quadro de funcionários. Foram 7 mil vagas a menos no segundo trimestre. Conforme Hidalgo, cerca de 4,8 mil vagas foram cortadas nas operações de eletroeletrônicos. Ronaldo Iabrudi afirmou que ajustes são necessários - em todas as áreas da empresa - em tempos de desaceleração econômica. Nessas medidas estão a busca por maior relação com fornecedores e uma boa estratégia de precificação e redução das despesas operacionais. "Temos um time consciente e ágil para tomar decisões quando for necessário", concluiu.



Veículo: Jornal DCI




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