ABRAS apresenta seus programas e ações de sustentabilidade na APAS 2016

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Espaço Sustentabilidade da APAS 2016

 

 

Executivos da GIZ e do Senai SP passando informações

sobre novos cursos de boas práticas em refrigeração

 

 

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) apresenta até o dia 5 de maio, no pavilhão vermelho da APAS 2016, em São Paulo, suas importantes ações voltadas à sustentabilidade da cadeia de abastecimento no Brasil, que tratam de temas complexos como as boas práticas na cadeia da carne bovina, o menor uso de agrotóxicos em frutas, legumes e verduras, redução do fluido frigorífico HCFC-22 nos sistemas refrigerados das lojas e logística reversa.

 

Um dos programas de destaque da ABRAS no momento é o da Redução do uso do fluido frigorífico HCFC-22 nos Supermercados. A ABRAS e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) mantêm parceria desde 2008 com o objetivo de redução do uso deste fluido nos sistemas refrigerados dos supermercados de todo o País.

 

Essas iniciativas fazem parte do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), cujas ações são financiadas com verbas do Fundo Multilateral para implementação do Protocolo de Montreal, e contam com a implementação da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, a GIZ - Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH.
O objetivo do PBH é contribuir para a proteção da camada de ozônio do planeta, já que os gases HCFC-22, quando liberados na atmosfera, agridem essa camada, contribuindo para o aquecimento global, que é uma das grandes preocupações mundiais na atualidade.

 

Seguindo nesse objetivo, a ABRAS assinou, em 2013, o Acordo de Cooperação Técnica com o MMA, com o objetivo de promover, além de projetos demonstrativos em cinco lojas, a capacitação de 4.800 técnicos/mecânicos de manutenção; a implantação de sistema de controle e documentação; e a realização de campanhas de divulgação e conscientização do setor supermercadista.


As capacitações em Boas Práticas em Refrigeração Comercial são realizadas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e outras entidades parceiras, e estão acontecendo em vários estados do País. No Espaço Sustentabilidade da APAS 2016, o Senai SP em parceria com a GIZ, está tirando dúvidas e dando informações sobre os novos cursos.

 

"Estamos no caminho certo, estes projetos, com a coordenação do MMA e suporte da agência alemã GIZ, apoiam o setor nas áreas de manutenção dos equipamentos refrigerados de nossas lojas, trazendo mais conhecimento e novas tecnologias. A melhor eficiência energética, com redução do consumo do gás HCFC e de outros gases que agridem a camada de ozônio e aumentam o efeito estufa, é uma preocupação de muitas empresas de Norte a Sul do País", afirma o presidente da ABRAS, Fernando Yamada.

 

O Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs segue as determinações e os objetivos do Protocolo de Montreal, assinado pelo Brasil em 1990. O consumo do gás HCFC (R-22) é estimado em cerca de 9 mil toneladas por ano, em todo o País, e cerca de 40% desse total, ou seja, cerca de 4 mil toneladas, ocorrem nos equipamentos refrigerados dos supermercados.

 

Menos agrotóxicos

O Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA) da ABRAS, lançado em 2011, atualmente monitora e rastreia no Brasil uma média de 15 milhões de quilos de frutas, legumes e verduras (FLV) por mês. Até hoje, de acordo com o balanço apresentado no evento no dia 22/2/2016, cerca de um milhão de toneladas de alimentos foi rastreado, colaborando para a redução do consumo de defensivos agrícolas (agrotóxicos) pela população brasileira e apoiando a comercialização e o consumo seguro de alimentos, por meio do incentivo à adoção das boas práticas agrícolas.

Para o vice-presidente da ABRAS, responsável pela gestão do Programa RAMA, Márcio Milan, o balanço atual das realizações do RAMA até agora é muito positivo. "O programa está disponível para todo o País. Agora nosso objetivo, com essa divulgação, é aumentar, de maneira sustentável, o número de participantes do RAMA e, por consequência, ampliar a cobertura do monitoramento do FLV comercializado no Brasil pelos nossos associados", afirma.

 

Alimentos rastreados

O RAMA já conta com 34 redes supermercadistas participantes (que representam mais de 20% das vendas total de FLV comercializados pelo setor no Brasil), e está programado para abranger todos os estados brasileiros por meio da sinergia de ações com as 27 Associações Estaduais de Supermercados. São números muito significativos:

- Cerca de 1 milhão de toneladas de alimentos rastreados;
- 34 empresas (redes) varejistas participantes;
- Que faturaram cerca de R$ 67 bilhões em 2014;
- Presentes em 16 Unidades Federativas;
- Mais de 12,8 mil check-outs com participação efetiva no Programa;
- Média de 15 milhões de quilos rastreados no Brasil por mês;
- 3 Associações Estaduais Atuantes (ACATS, ASES e ASSURN) e mais 7 em processo de adesão (APAS, ASSERJ, ACESU, ASMAT, ASPAS, ASBRA e AMAS);
- Total de 1.457 amostras realizadas de 2011 a 2015, utilizando o conceito de Cobertura  Cletiva com compartilhamento de dados;
- Total de 290 produtos rastreados com informação do campo até o ponto de venda, por meio do código de rastreabilidade;
- 81 produtos monitorados (do total de 290 produtos rastreados, constantemente, sendo que o Programa PARA, da Anvisa, estabelece 25 itens para análise.

 

Carne legal, consumo legal

Outro programa importante é o Pecuária Sustentável, que nos últimos anos, graças ao enorme esforço do setor de supermercados e de seus parceiros fornecedores da indústria da carne, conseguiu inclusive aumento da conscientização do consumidor para que ele mesmo esteja atento à procedência da carne bovina adquirida.


Dentre as ações desenvolvidas nos últimos anos, a ABRAS e o Ministério Público Federal (MPF) firmaram Acordo de Cooperação Técnica em 25 de março de 2013 para orientar o setor supermercadista para a comercialização legal de carne bovina no País, evitando assim, as compras de carnes provenientes de fazendas que comprovadamente tenham passivos ambiental e social. A partir deste acordo, várias ações foram tomadas pelas redes supermercadistas, em conjunto com seus fornecedores da indústria.
"Nossa orientação aos empresários do setor supermercadista é para que eles estejam cada vez mais atentos às melhores práticas na comercialização da carne bovina, privilegiando os fornecedores que praticam ações sustentáveis e oferecendo qualidade e segurança alimentar aos consumidores", afirma Márcio Milan, vice-presidente da ABRAS.

Segundo Milan, os supermercados e a indústria da carne vêm trabalhando juntos para criar sistemas e práticas que desenvolvam a indústria e o comércio da carne bovina no Brasil, com mais qualidade e segurança de consumo. O objetivo é privilegiar a produção e o consumo legal, extinguindo de vez, no Brasil, a compra e venda de carne bovina proveniente de áreas de desmatamento da Amazônia e/ou de propriedades com outras irregularidades (trabalho escravo, fazendas locadas em terra indígena, etc.).
As orientações da ABRAS para as melhores práticas na cadeia da carne bovina são as seguintes:


- Adquirir somente carne que passou pelo SIF - Sistema de Inspeção Federal (com carimbo), uma garantia de que as carnes não venham de frigoríficos clandestinos nem de fazendas com passivo ambiental;
- Incentivar seus fornecedores da indústria de carne a monitorarem o risco socioambiental na origem da matéria-prima (carne bovina);
- Manter rigoroso cadastro de seus fornecedores e dos dados de aquisição de carne bovina;
- Valorizar os fornecedores e produtos da cadeia da carne que promovam a sustentabilidade;
- Manter programas ou sistemas de qualidade e segurança alimentar; especialmente focados nas boas práticas da comercialização da carne bovina;
- Divulgar a seus fornecedores e a seus consumidores todos os cuidados que seu supermercado mantém para comercialização da carne bovina.

 

Logística Reversa

A ABRAS também possui participação efetiva em grupos de trabalhos que estudam um descarte consciente de embalagens em geral, embalagens de óleo, baterias e pilhas, lâmpadas, medicamentos e eletroeletrônicos.
Em novembro de 2015, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e entidades representativas que formam o Grupo Coalizão Empresarial (22 associações que representam comércio, indústria e distribuidores de produtos domésticos, como alimentos e bebidas) assinaram acordo setorial em que os empresários se responsabilizam por realizar projetos de logística reversa focados no apoio a cooperativas de catadores e implementação de pontos de entrega voluntária (PEVs).

 

"É muito importante para todos que participem, comércio e indústria, pois com esse acordo temos segurança jurídica para continuar investindo em projeto de logística reversa. E agora, mais empresas poderão cumprir com suas responsabilidades", diz o vice-presidente da ABRAS, Márcio Milan, que representou a entidade na ocasião.

 

O acordo está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010. A lei que institui a política (12.305/2010) prevê que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de embalagens em geral devem criar um ou mais sistemas de recolhimento e destinação final adequada.

 

Acordos assinados

Esse foi o terceiro acordo setorial definido entre as cinco cadeias produtivas que serão responsáveis pela logística reversa prevista pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10). As cinco cadeias foram definidas pelo Comitê Orientador da Logística Reversa (Cori), composto pelos Ministérios do Meio Ambiente, Fazenda, Indústria e Comércio, Saúde e Agricultura.
Em 2014, o setor privado assinou contrato para a destinação de lâmpadas. Além disso, foi formado também o acordo para o correto descarte de embalagens de lubrificantes, que já está funcionando na prática.

 

Negociações

Dentre os trabalhos da ABRAS relacionados à logística reversa que estão em andamento, incluem também os dos setores de medicamentos e de eletroeletrônicos. Importadores, fabricantes e o comércio varejista de remédios continuam em negociação. E o setor de eletroeletrônicos apresentou reivindicações que ainda estão sendo analisadas, para que um acordo possa ser assinado.
Além desses já citados acima, outros acordos estão previstos por outras cadeias produtivas, como os referentes aos setores de agrotóxicos, pneus, pilhas e baterias.

Mais informações sobre os programas da ABRAS:

www.abras.com.br/supermercadosustentavel/

 

APAS 2016
A APAS - Feira e Congresso de Gestão Internacional, acontece de 2 a 5 de maio no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, que está em sua 32ª edição, é realizado pela Associação Paulista de Supermercados e reúne toda a cadeia supermercadista do Brasil e do exterior para relacionamento e negócios, e para divulgar lançamentos de produtos e tendências do mercado.

O Espaço Sustentabilidade, está localizado no pavilhão vermelho, do Expo Center Norte.

 

 


Redação Portal ABRAS

 


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