Agronegócio e administração pública registram saldo positivo de emprego

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Destruição de postos de trabalho, puxada por quedas em comércio e indústria, acontece ainda que alguns setores tenham registrado avanço; melhor resultado foi visto no interior de São Paulo


 
São Paulo - Agropecuária e administração pública são os únicos setores que registraram saldo positivo na geração de emprego entre janeiro e maio deste ano. Ainda assim, o resultado geral indicou a destruição de 448.101 postos no País.


 
Nos cinco primeiros meses de 2016, a diferença entre vagas criadas e fechadas apontou a formação de 48.547 novos empregos na agropecuária. Foi o melhor resultado entre os setores analisados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).
 
Exemplo dessa situação foi visto em Cristalina (GO). Com 1.835 postos a mais, o município aparece na primeira colocação entre aqueles que mais geraram postos de trabalho na agropecuária. "Boa parte desse saldo vem de vagas temporárias, criadas de forma sazonal", afirmou Carlos Alberto Sponchiado, secretário de desenvolvimento econômico e agronegócio da cidade.
 
Ainda assim, ele disse que alguns destes empregos têm se tornado definitivos, "graças a um incremento da produção local". Segundo o entrevistado, o cultivo de alho, batata e cebola é responsável pela maior parte da criação de trabalho na região.
 
Sponchiado afirmou também que um aumento da fiscalização trabalhista causou um avanço no número de funcionários rurais registrados na cidade. Essa mudança seria outro fator importante para a boa colocação do município de 55 mil habitantes na tabela do Caged.
 
Depois de Cristalina, duas cidades mineiras, uma baiana e uma capixaba completaram o topo da lista. Alfenas (1.486), Patrocínio (1.428), Eunápolis (1.380) e Pinheiros (1.324) também tiveram saldo positivo na criação de postos no setor da agropecuária.
 
Administração pública
 

Os números do Caged apontam que 17.596 vagas foram acrescentadas à administração pública brasileira entre janeiro e maio. Na primeira colocação, aparece Blumenau (SC), com 1.268 novos empregos. O bom resultado da cidade catarinense, entretanto, é causado pela forma que a prefeitura da cidade negocia com os professores. "Os contratos duram um ano. Eles começam em janeiro e saem em dezembro.
 
Por isso a contagem é elevada nos primeiros levantamentos anuais", disse Edson Kesterimg, administrador da secretária de desenvolvimento econômico da cidade. Além de Blumenau, completam as cinco primeiras posições duas cidades baianas e duas paulistas. Dias d'Ávila (975), Juazeiro (798), Barretos (713) e Osasco (591) também acrescentaram vagas ao setor público neste ano.
 
Saldo geral
 
Os demais setores estudados pelo Caged registraram redução de funcionários nos primeiros meses do ano. As piores cifras vêm de comércio (-227.867), indústria de transformação (-108.056), construção civil (-86.473) e serviços (-84.881).
 
Mesmo com o recuo de grande parte dos ramos analisados, alguns municípios do País alcançaram contagens expressivas em meio à crise econômica. A liderança geral, até maio, foi ocupada por Franca (SP), que adicionou 6.064 vagas no período.
 
"Esse crescimento vem principalmente da indústria calçadista e é apoiado pelo aumento da exportação desse produto nos últimos meses", afirmou Deyvid Alves da Silveira, diretor de indústria, comércio e serviços do município.
 
Ele ressaltou que o setor de serviços também apresentou saldo positivo em 2016. "Temos uma diversificação econômica em curso". De acordo com o Caged, a indústria de transformação de Franca acrescentou 5.261 postos e o setor de serviços, 1.082.
 
Após a cidade paulista, duas gaúchas, uma mineira e uma baiana figuraram entre os municípios com melhores saldos: Santa Cruz do Sul (4.509), Venâncio Aires (3.634), Nova Serrana (3.370) e Juazeiro (3.122).
 
Perspectivas
 

A geração de empregos na agropecuária deve continuar nos próximos meses, afirmou Antônio Carlos Alves dos Santos, professor de economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). "Hoje, é o único setor que cresce no Brasil."
 
Por outro lado, a situação do setor público deve mudar. Com o avanço de ajustes nas administrações regionais, o aumento dos postos de trabalho não deve continuar no segundo semestre, disse Santos.
 
Indústria e comércio também devem enfrentar quadros complicados, seguiu o especialista. Para o primeiro, queda do câmbio e taxa de juros elevada são os principais desafios, enquanto o comércio enfrenta a forte retração na demanda.
 
Veículo: DCI


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