Cenário resulta em demissões na indústria

Leia em 2min 30s

Normalmente, os dois meses que antecedem o Dia das Mães são agitados nas indústrias que produzem opções de presentes para o segundo melhor momento de vendas do comércio nacional. Mas, neste ano, a situação está bem diferente. Em vez de aumento da produção e contratação de temporários, as empresas mineiras estão demitindo e tentando “desovar” os estoques, sem grandes perspectivas. São os efeitos da crise econômica, até mesmo na data de forte apelo emocional entre os consumidores.

As indústrias têxteis, por exemplo, que estão entre as que mais vendem no Dia das Mães, não estão recebendo as encomendas vindas do varejo. Por consequência, estão deixando de aumentar o quadro de funcionários e aguardando queda na produção, na comparação com o mesmo período de 2015. “O varejo está muito estocado e vai tentar vender o que já tem. Por isso, as encomendas estão em baixa”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindmalhas), Flávio Roscoe.

Da mesma forma, as fábricas possuem um estoque alto e, por isso, não terão necessidade de aumentar a produção nem mesmo em caso de a demanda melhorar. Roscoe explica que as empresas estão esperando um desempenho pior neste Dia das Mães do que no ano passado. Mas, por causa das incertezas políticas e econômicas que rondam o País, ele não sabe estimar de quanto deverá ser a queda para o setor.

Os fabricantes de calçados também estão pessimistas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Jânio Gomes, o setor trabalha com perspectiva de queda no Dia das Mães deste ano. A situação poderá até ser amenizada por causa da necessidade de oferecer novidades para os clientes. Mas a queda é certa. “A produção vai ser menor com certeza. Só não vai ser pior porque o lojista precisa ter produtos novos de tendência nas vitrines”, afirma.

A data também deverá ser magra para as joalherias do Estado. As projeções do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas do Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG) são de manter os resultados do ano passado. Em 2015, porém, o setor apresentou uma queda de 5% da produção na data. Segundo o presidente da instituição, Raymundo Viana, o que deverá segurar um pouco a tendência de queda é o lançamento de coleções com joias mais baratas e criativas.

Os móveis também são uma opção de presentes para as mães. Mas, segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Aureo Calçado Barbosa, neste ano, a data não fará diferença no quadro negativo que o setor enfrenta.

O mau momento é uma realidade nacional, o que refletirá no mercado de trabalho. Estima-se uma queda de 28% na criação de vagas temporárias no País.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


Veja também

Custo da cesta básica do Dieese sobe em 16 capitais em março

O custo da cesta básica, medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconôm...

Veja mais
Comércio deve demitir 253 mil em 2016, diz CNC

O varejo deverá cortar 253,4 mil empregos formais em 2016, segundo projeção da Confederaç&at...

Veja mais
Varejo pode recuar 6% no semestre

O comércio varejista do Estado de São Paulo pode ter queda acumulada ao redor de 6% nos primeiros seis mes...

Veja mais
Crise alcança 58,7 milhões de consumidores, diz SPC Brasil

Mais 800 mil consumidores entraram para cadastros de serviços de proteção ao crédito como in...

Veja mais
Inadimplência atinge 30% da população

      Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo...

Veja mais
Estudos indicam aumento no fluxo de visitantes em shoppings e no número de novas lojas

O 1º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping, realizado pela Alshop em Punta del Este de 31/03 a 03/04 revelo...

Veja mais
Em abril, energia e alimentos podem manter desaceleração dos preços

Depois de subir 1,24% em março, os alimentos devem ter alta menos expressiva em abril, acompanhando a tendê...

Veja mais
Vale-tudo: varejo faz parcelamento a perder de vista

                    ...

Veja mais
Com 6 meses de atraso, créditos da Nota Fiscal Paulista são liberados

Com seis meses de atraso, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo libera nesta segunda-feira, 11, o montan...

Veja mais