Vagas no comércio crescem após 8 meses

Leia em 2min 20s

O comércio dos sete municípios registrou, em agosto, a geração de 510 empregos. Foi o primeiro resultado positivo depois de oito meses seguidos de cortes, ou seja, desde dezembro, aponta levantamento realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

O Grande ABC também se destaca por ter tido o segundo melhor resultado mensal no Estado, com variação de 0,4% em relação ao contingente de empregados no varejo em julho. Ficou atrás só da região de Marília, no Interior (alta de 0,5%).

O saldo (diferença entre admissões e demissões) positivo dos sete municípios ocorreu, principalmente, pela abertura de postos de trabalho em supermercados, que responderam por 308 dessas vagas adicionais. Materiais de construção também se destacaram, com a geração de 130 postos.

Um dos fatores que explicam esses números foi a inauguração de filiais supermercadistas, como a rede Hirota, que abriu no fim de agosto unidade em São Bernardo (no Centro da cidade), e os preparativos para o início de empreendimentos, como foi o caso do Sonda, que iniciou operações em Santo André neste mês. Também há poucos dias a Leroy Merlin abriu unidade em São Bernardo.

Apesar da melhora em agosto, o saldo de empregos ainda é bastante negativo no ano, que registra o fechamento de 2.651 postos de trabalho nos primeiros oito meses de 2015. Por essa comparação, apenas supermercados e farmácias apresentam resultados positivos (respectivamente, 51 e 505 vagas a mais).

Para o assessor econômico da FecomercioSP Jaime Vasconcellos, o crescimento das vagas no início do segundo semestre é habitual no varejo no Estado. “Desde 2007, os dados são positivos nesse mês”, diz. Ele acrescenta que comércios que vendem remédios e produtos alimentícios demoram mais a entrar na crise.

“Nesse período, em que o consumo é afetado pela inflação e pelo aumento das taxas de juros, a população direciona o consumo para bens essenciais”, cita. Além disso, segundo o especialista, as pessoas tendem a comer menos fora de casa, para economizar, o que também faz elevar as compras em supermercados. “Com isso, o emprego também aumenta”, afirma. Ele explica que, por causa da crise, lojas de vestuário, por exemplo, registram a perda de 1.647 vagas de emprego neste ano na região.

Apesar da melhora no mês, Vasconcellos avalia que o movimento é sazonal. Para ele, deve haver retração nos próximos levantamentos e novo resultado positivo só em novembro, quando se intensificam as contratações de temporários para atender à demanda do Natal – embora em ritmo menor que em 2014.

“A perspectiva é de melhora”, diz o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários do ABC, Lourival Cristino, que espera aquecimento no emprego no fim de ano. Ele relata que houve muitas dispensas em meses anteriores, o que, para ele, reflete a redução do consumo causada pela crise na indústria automotiva.

 



Veículo: Jornal Diário do Grande ABC


Veja também

Agricultura avalia medidas para garantir preços de trigo no Sul

As perdas na produção e na qualidade do trigo do Sul do Brasil causadas por problemas climáticos, e...

Veja mais
Comércio varejista do PA tem saldo positivo de empregos

                    ...

Veja mais
Nova etapa do Sped Fiscal ainda gera dúvidas

Especialistas dizem que implementação do chamado Bloco K, no âmbito do novo sistema de declara&ccedi...

Veja mais
Varejistas temem falta de produtos nas gôndolas em caso de recuperação

Para tentar reverter a desaceleração e entrar em recuperação já no 1º semestre d...

Veja mais
Para 86,3% dos consumidores, momento da economia é ruim, aponta FGV

A insatisfação dos consumidores com a situação econômica atual segue piorando, de acor...

Veja mais
Vendas de papelão caem 4,47% em setembro ante setembro de 2014, afirma ABPO

As vendas de papelão ondulado - caixas, acessórios e chapas - caíram 4,47% em setembro de 2015 ante...

Veja mais
Vendas no varejo caem 15,4% em agosto ante mesmo mês de 2014, diz ACSP

As vendas no varejo paulista caíram 15,4% em agosto em comparação com o mesmo mês de 2014. A ...

Veja mais
Queda da renda do consumidor e hábito do desapego impulsionam brechós

Em tempos de orçamento apertado, o hábito do consumidor de reciclar aquela roupa que já não ...

Veja mais
Consumo de gelados esquenta as vendas

Inútil resistir. O verão ainda nem chegou e o doce sabor dos lucros corre de boca em boca, variando confor...

Veja mais