RHs preferem profissionais mais engajados

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Mais de 80% das empresas brasileiras dão prioridade ao perfil pessoal do funcionário na hora da contratação. Em tempos de crise econômica, o colaborador envolvido tem melhor desempenho

 



Na ausência de um profissional que atenda completamente aos requisitos, mais de 80% das empresas priorizam o perfil pessoal do funcionário ante a capacitação técnica. É o que revela a pesquisa realizada pela empresa de recrutamento e capacitação, RED.

"Ensinar valores a um colaborador é mais difícil do que treinar tecnicamente um profissional com competências comportamentais", explica a diretora e sócia da RED, Daniela Lopes.

Com a retração econômica, as equipes de recursos humanos (RH) perceberam que funcionários com competências pessoais - liderança e espírito empreendedor - atingem melhores resultados em situações com menos recursos.

Por isso, 74% das empresas optam por treinar colaboradores internos na hora de selecionar as lideranças. "Com a retração econômica, isso se tornou possível, pois a rotatividade dos gestores diminuiu", diz Daniela. Para ela, a capacitação tornou-se um dos investimentos mais realizados em períodos de crise.

Capacitação

Ainda de acordo com a pesquisa, 38% dos RHs afirmaram que na hora da contratação a maior dificuldade é encontrar pessoas com fluência em línguas. "Apenas 14% dos executivos de altos cargos possuem fluência no inglês", ressalta a diretora da Essential Idiomas, Lilian Simões. A empresa, de cursos de línguas, já foi procurada pela Roche, Sanofi, Globosat e Editora Abril para capacitar seus gestores.

"As empresas perceberam que a falta de conhecimento pode prejudicar as relações com os clientes e até atingir as negociações". Atualmente, uma das maiores procuras, segundo ela, é proveniente de micro e pequenas empresas e de profissionais autônomos interessados em se destacar.

Retenção

Mesmo com a diminuição da rotatividade, o tempo de permanência no cargo, na média geral das profissões, diminuiu. Em 2000, a média era de cinco a oito anos. Atualmente, o período é de dois a cinco anos.

Segundo a RED, 74% das empresas afirmam que o principal motivo é a visão de curto prazo dos colaboradores. "O jovens gestores de hoje em dia possuem muitas metas, com curtos prazos", brinca o presidente do contact center multicanal Proxis, Jimmy Cygler.

Para contornar a situação, a empresa criou um grupo chamado de G20. No programa, o núcleo de liderança da companhia recebe atenção diferenciada. Além de uma gerente de TH (talentos humanos) que se dedica a ouvir e discutir os problemas dos gestores, eles realizam reuniões trimestrais e participam de um fórum para troca de ideias e informações.

Outro programa da empresa é o Flip (Formação de Liderança Proxis), onde qualquer líder da empresa pode receber treinamento, coaching e participar de reuniões mensais para discutir novas ideias. Ambas as ações iniciaram há dois anos e já renderam resultado para empresa. A média de permanência dos líderes já atinge 5 anos. "Esse é um bom resultado para a área de tecnologia, que possui o menor índice entre as profissões".

Benefícios


Outro fator que pode diminuir a rotatividade do pessoal é o investimento em estratégias de benefícios específicos.

Para a diretora de RH da Allied, Erica Magalhaes, as estratégias tradicionais já não têm o mesmo impacto. "Atualmente, um mesmo benefício deve contar com um mix de opções", explica a especialista.

Para ela, o perfil dos gestores está mudando e não comporta mais uma única estratégia. "Quanto mais pessoal, mais eficaz a estratégia", finaliza.



Veículo: DCI


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