Varejo e serviços detêm a maioria das vagas formais

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Mapa do Emprego da Fecomércio-RS traça um perfil do mercado de trabalho dos empregados do setor terciário privado gaúcho


Mais de 1,5 milhão de trabalhadores formaram o conjunto da mão de obra do setor terciário privado do Estado em 2012. Esse volume representa participação de 52,16% dos segmentos de comércio e serviços no que se refere aos empregos formais disponíveis no Rio Grande do Sul. Além de incorporar um maior número de empregados com carteira assinada, o setor ainda apresentou grande diversificação no perfil dos assalariados. Os dados são da 3ª edição do Mapa do Emprego realizado pela Fecomércio-RS, baseado na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), obtida através de formulários preenchidos pelas empresas brasileiras a cada ano.

Segundo o economista da Fecomércio-RS, Lucas Schifino, o levantamento tem como objetivo mostrar a importância sócioeconômica do comércio e dos serviços, como maior gerador de empregos da economia gaúcha e também do País. “A radiografia ainda serve para mostrar a empresários e sindicalistas que há uma gama de características que devem ser levadas em consideração, quando relacionadas diretamente com o tipo de atividade”, explica Schifino.

Enquanto no comércio varejista mais de 32% dos trabalhadores são menores de 24 anos – ainda que a média de faixa etária seja de 32 anos entre os funcionários do segmento –, nos serviços para edifícios e atividades paisagísticas, que empregam porteiros, jardineiros, zeladores, faxineiros, entre outros, uma parte significativa (26,7%) da mão de obra é formada por pessoas com mais de 50 anos, sendo a idade média do total de trabalhadores de 41 anos. Neste último segmento, a  participação de pessoas com Ensino Médio completo é de 39,2%. Já nos serviços financeiros, o grau de instrução formal sobe para 97,3% de empregados com o Ensino Médio finalizado.

No ramo varejista, a maioria dos empregados é formada por mulheres (53,9%) e também por pessoas com Ensino Médio completo (55,79%). Já no segmento atacadista, os homens (69,4%) são maioria, com remuneração média de R$ 1.717,59, a mais alta entre as médias do comércio. Em 2012, o setor de serviços respondeu por 31,79% do emprego na economia, com maior concentração de vagas formais (60,8%) na Região Metropolitana de Porto Alegre. Nos serviços, a distribuição entre gêneros se mostrou equilibrada, mas a maioria dos empregados tem mais de 30 anos (67,34%), sendo que 37,52% possuem idade igual ou superior a 40 anos. Ainda neste segmento, a remuneração média é de R$ 1.865,51.

“É fundamental que empresas e sindicatos conheçam as características de cada categoria, para que as negociações coletivas possam tratar melhor os temas salariais e as condições de trabalho”, observa Schifino, lembrando que os critérios de decisão devem estar associados à real necessidade de cada subsetor deste ramo da economia. O técnico da Fecomércio-RS chama atenção para o fato de que há outras atividades na qual as mulheres são a maioria, como os serviços de atenção à saúde, com 79,4% de participação feminina na força de trabalho. “Já no transporte terrestre, os homens (88%) lideram a frente de mão de obra”, compara Schifino, observando que o que pode ser bom para um gênero, pode não ser tão importante para outro. “Além disso, dentro dos diversos subsetores do comércio e dos serviços, há benefícios distintos que podem ser mais valorizados sob a ótica dos funcionários, custando aos empregadores o mesmo que um aumento de salário”, argumenta o técnico.

O presidente da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, aponta que, por empregar um volume significativo e diversificado de pessoas, o comércio e os serviços são disseminadores do desenvolvimento da economia. Em vista disso, ele defende uma “atenção especial” ao setor na idealização de políticas públicas. “O setor terciário vem crescendo muito nos últimos anos”, completa Schifino.  Em 2012, contava com 1.561.021 empregos formais, sendo que 39% dos postos de trabalho estavam no comércio e 61% nos serviços.

Ainda de acordo com o Mapa do Emprego, no Rio Grande do Sul, os pequenos estabelecimentos (30%) foram os responsáveis por reunir a maior parte desse contingente de trabalhadores. Os microempresários tiveram uma participação de 29%, enquanto os grandes somaram 22,1%, e os médios representaram 18,9% dos estabelecimentos. Segundo a pesquisa, a remuneração média do trabalhador terciário é de R$ 1.6 mil, considerando todos os segmentos. A maior remuneração média ocorre no setor de atividades de serviços financeiros (R$ 4.806,04), e a menor está entre os empregados de serviços para edifícios e atividades paisagísticas (R$ 889,63).



Veículo: Jornal do Comércio - RS



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