Inflação nos supermercados historicamente alta em janeiro inicia 2018

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Depois de apresentar deflação em 2017, o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e FIPE, apresentou alta de 0,98% em janeiro. O ligeiro aumento na inflação está relacionado a maioria das categorias que compõem o Índice, com expressiva participação do grupo dos Legumes, na ordem de 25%.

 

O mês, no entanto, tem apresentado alta de preços ao longo dos anos. Na comparação com o mesmo período de anos anteriores, apenas 2017 superou o resultado registrado em 2018. “Janeiro é um mês em que observamos deflação somente por três vezes em 24 anos. Portanto, a inflação mensal observada não é surpreendente para o período”, avaliou Thiago Berka, economista da APAS.

 

Sobre as categorias de produtos que mais sofreram aumento, a análise aponta ocorrência na maior parte dos grupos. “Das 27 subcategorias que compõem o IPS, 19 apresentaram aumento. Por ser um crescimento já esperado, o aumento não mudará a projeção da APAS para a inflação nos supermercados estabelecida para 2018, que é de alta na ordem de 3% a 4%”, explica Berka.

 

Abaixo as análises por grupos e subcategorias:

 

 

Produtos In Natura (hortifrutigranjeiros)

 

O grupo apresentou crescimento de 6,47%, o que representa um valor historicamente alto para o mês de janeiro. O que puxou este Índice para cima foi o aumento no preço dos legumes, na ordem de 25%, o quinto maior da série histórica em 284 meses. Os tubérculos também alavancaram a inflação, com alta de 8,47%. Já a alface subiu 5,83% e foi a líder de aumento entre as verduras.

 

“Dos 14 produtos que compõem o grupo dos Legumes no IPS, nove apresentaram aumento. Os dois principais na categoria, tomate e cenoura, cresceram respectivamente 49% e 20%”, comentou o economista da APAS, que ainda completou. “Para se ter uma ideia, o preço do tomate italiano (caixa de 20 kg) na cidade de São Paulo subiu de R$ 25 para R$ 51. O mês de janeiro é, tradicionalmente, de fraca oferta de tomate, uma vez que o clima quente e chuvoso não favorece a delicada cultura do produto. O mesmo acontece com a cenoura, sendo que as chuvas prejudicam a cultura e gera muitos descartes, o que diminui a oferta que chega aos supermercados”.

 

Produtos industrializados

 

No grupo dos produtos Industrializados, o aumento foi de 0,74%, menor que o registrado em janeiro de 2017, quando a inflação chegou a 0,92%. Todos os subgrupos desta categoria apresentaram crescimento, com destaque para os derivados do leite, que possuem um peso alto na composição de gastos familiares, e registraram crescimento na ordem de 0,68%. A margarina foi a grande responsável pelo resultado, com alta de 2,04%.

 

 



Produtos semielaborados (Carnes, Leite e Cereais)

 

Na análise individualizada, os grupos de Carnes, Leite e Cereais continuaram com preços em queda.  As carnes bovinas caíram 0,13% e as aves 0,22%, enquanto o leite voltou a cair 0,94%. Nos que diz respeito aos Cereais, o feijão manteve o histórico referente a 2017 e diminuiu 4,89% em janeiro. O mesmo se aplica ao arroz, que apresentou redução de 0,68%.

 

 

Bebidas Não Alcoólicas

 

Fechou janeiro com leve alta de 0,44% devido à alta nos preços do refrigerante (1,07%) e da água mineral (2,16%). Em ambos os casos, a demanda mais forte referente à estação do ano, o Verão, força os preços para cima.

 

Bebidas Alcoólicas

 

Encerraram janeiro praticamente estáveis, com alta de 0,36%. A cerveja, produto que registra aumento de consumo no período do Verão, teve alta contida para o mês de janeiro, na ordem de 0,17%.

 

Produtos de Limpeza

 

O grupo apresentou alta de 1,13%.

 

Artigos de Higiene e Beleza

 

Subiram 0,42% em janeiro. Para esta categoria, o sabão em pó foi o responsável pela inflação, com alta de 1,76%.

 

 

                Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS)

 

 

 Fonte: APAS/FIPE

 

Os 10 produtos que apresentaram mais estabilidade ou queda de preços

 

Fonte: APAS/FIPE

 

Os 10 produtos que apresentaram as maiores altas de preços

 

 

Fonte: APAS/FIPE

 

Nota Metodológica

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza.

 

Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.445 associados, que somam mais de 3.256 lojas.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da APAS


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