Com programa Rama, supermercados vão rastrear hortigranjeiros

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Responsável por 9% do faturamento dos supermercados gaúcho, o segmento chamado de FLV (frutas, legumes e verduras) contará com um novo aliado para garantir a qualidade dos alimentos. A rastreabilidade desde a produção e a análise posterior dos itens será realizada por meio do programa Rama, iniciativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) lançada no Estado ontem com a adesão da entidade gaúcha do setor (Agas). O objetivo central é baratear o custo desse tipo de ação para cada rede participante e, com isso, difundir a prática.

 

"Algumas empresas já vinham atuando com iniciativas isoladas nesse sentido, mas agora poderemos estender a toda cadeia", justifica o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. O ponto principal é que as análises dos alimentos, que hoje custam entre R$ 600,00 e R$ 800,00 por amostra para os supermercados, terão uma redução drástica: cada rede que optar por participar do programa pagará R$ 12,00 por mês por checkout (por exemplo, se a loja possuir 10 caixas, pagará 10 vezes esse valor).

 

Isso facilita, segundo Longo, a entrada dos hoje alijados pequenos e médios estabelecimentos no mundo da rastreabilidade. A expectativa da entidade é de que, em um mês, 50 empresas gaúchas entrem no programa. Em seis meses, Longo espera que a adesão chegue a 20% das companhias do setor no Estado. Atualmente, apenas o Carrefour e o Comercial Zaffari (grupo com sede em Passo Fundo) já participam do Rama, implementado nacionalmente desde 2011. Outras redes, como o Walmart e a Cia. Zaffari (com sede na Capital), também possuem iniciativas próprias com os mesmos objetivos.

 

Desenvolvido desde 2006 a partir de demanda de órgãos de defesa do consumidor, o Rama, efetivado cinco anos mais tarde, conta hoje com a participação de 47 redes de supermercados no Brasil. A grande maioria delas dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Sergipe que, assim como a Agas, também aderiram em bloco por meio de suas associações regionais.

 

A ideia central, segundo Giampaolo Buso, diretor da Paripassu (empresa gestora do programa), é interligar todos os elos de forma circular, ou seja, de maneira que todos tenham contato entre si. "O conceito é relativamente simples, o desafio é conseguir implementar em uma cadeia extremamente pulverizada como essa", comenta Buso.

 

A base do Rama é a rastreabilidade ainda na produção dos alimentos, com os produtores, intermediários e supermercados incluindo todas as informações sobre os itens em um sistema interligado. Depois, são coletadas amostras de produtos para análises de conformidade com as normas vigentes. A vantagem é que, quando encontrado algum problema, é possível vasculhar todo o caminho do alimento e a origem da irregularidade, e o produtor recebe prazo de 30 dias para elaborar um plano de correção.

 

Superintendente da Abras, Marcio Milan acrescenta que, garantindo a segurança alimentar, os varejistas conseguem agregar valor às suas vendas. "Temos o exemplo dos produtos orgânicos, que são mais caros, mas o consumidor aceita pagar por isso", afirma. Milan conta que a participação dos FLV no faturamento do setor no País, que era de 6,4% em 2012, já chegou a 9,1% em 2016 - e é de 10,5% entre os participantes do Rama. O programa tem como metas para 2020 aumentar a participação desses produtos a até 12% das vendas do setor, além de reduzir o desperdício, hoje em 6,25%, para 5,1%. A expectativa é de, até lá, alcançar 20% dos supermercados brasileiros e chegar a 100% dos fornecedores das lojas.

 

 

Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre

 


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