Reformas trabalhista, previdenciária e tributária foram destaque na abertura da ABAD

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Presidente da ABAD, Emerson Destro

 

Governador de SP, Geraldo Alckmin

 

Coletiva de imprensa da ABAD 2017

 

A abertura do Encontro Nacional da Cadeia de Abastecimento e da 37ª Convenção ABAD do Canal Indireto, realizada na tarde de ontem (7/8), reuniu empresários e políticos no São Paulo Expo, na capital paulista. A aprovação da reforma trabalhista, e a necessidade das reformas previdenciária e tributária ganharam destaque nos discursos durante a solenidade.

 

Em sua fala, o governador do estado Geraldo Alckmin, destacou a cobrança de tributos no Brasil. "É preciso que o governo deixe de ser injusto - na forma como recolhe a tributação e na forma como devolve esses tributos para a sociedade", disse o governador, reforçando a necessidade da reforma tributária. "O sistema é complexo, favorece a sonegação e penaliza o contribuinte: muitos não pagam, e quem paga, paga demais", pondera.

 

A reforma previdenciária também foi defendida por Alckmin no evento. "No Estado de São Paulo fizemos a reforma previdênciária em 2011, onde o funcionalismo recebe até o equivalente ao teto da Previdência pública. O que passa disso é previdência complementar. Assim, equalizamos as contas", destacou. O governador disse ser a favor da diminuição da máquina do estado em nome da eficiência, e prometeu trabalhar pela aprovação das reformas em pauta no Congresso.

 

O presidente da ABAD, Emerson Luiz Destro falou sobre o momento político econômico do país e do posicionamento favorável da entidade frente às reformas para impulsionar a economia. "O Brasil precisa fazer suas reformas estruturais, assim como também precisa avançar na agenda das reformas microeconômicas e melhorar o ambiente de negócios", disse.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Sanzovo Neto, o vice-presidente da entidade, João Galassi, e o superintendente da ABRAS, Marcio Milan, participaram do evento.

 

Dentre os participantes da cerimônia também estavam:  o presidente da Associação de Distribuidores e Atacadistas de Produtos Industrializados de São Paulo (ADASP) Sandoval de Araújo, o  presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Cauê Macris, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk, representando o ministro Henrique Meirelles, e o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Marcelo Maia Tavares Araújo, representando o ministro Marcos Pereira. Além dos deputados Rogério Marinho (PSDB-RN), Arthur Maia (PPS-BA), Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), e dos membros da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), representados no palco pelo presidente da entidade, Honório Pinheiro.

 

Homenagens
O presidente Emerson Destro fez duas homenagens durante a sessão solene de abertura da ABAD 2017. Para o governador do estado, Geraldo Alckmin, foi entregue um troféu em reconhecimento ao apoio dado ao evento e também um exemplar da quarta edição do Anuário da ABAD, para qual ele concedeu uma ampla entrevista.

 

O deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma trabalhista e presidente da Frente CSE - Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo, recebeu do presidente Emerson uma placa em agradecimento aos esforços para a modernização da legislação de trabalhista, cuja aprovação e sanção resultaram na Lei 13.467/17, que irá beneficiar os setores produtivos.

 

Painel político e econômico
Logo após a solenidade de Abertura da ABAD 2017, foi realizado o painel político-econômico Brasil e suas Reformas, cuja proposta foi falar sobre os desafios que o país enfrenta para modernizar-se e ganhar maior eficiência e competitividade.

 

Participaram do painel: Emerson Destro, presidente da ABAD, Fábio Kanczuk, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcelo Maia Tavares Araújo, secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Rogério Marinho, deputado federal e Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo e relator da reforma trabalhista, Arthur Maia, deputado federal e relator da reforma da Previdência, Luiz Carlos Hauly, deputado federal e relator da reforma tributária, Honório Pinheiro, presidente da CNDL e coordenador da UNECS, e o economista Ricardo Amorim, como mediador.

 

Ricardo Amorim abriu o painel com algumas informações sobre produtividade do Brasil entre 1980 e 2017, e ressaltou que apesar de ter havido melhoria na capacitação e no grau de instrução, a produtividade do País não aumentou porque o governo, nesse período, implementou normas e tributos que impediram o crescimento, daí a necessidade e urgência das três reformas - trabalhista, tributária e previdenciária.

 

A já aprovada modernização trabalhista foi apontada como um exemplo de sucesso, que foi creditada pelo relator à busca incessante pelo diálogo e pelo consenso. Em sua fala no painel, o deputado Rogério Marinho destacou o papel fundamental das entidades setoriais na construção e aprovação do projeto, em especial a UNECS.

 

Arthur Maia disse o que a sociedade pode esperar da reforma previdenciária. "É inacreditável que o Brasil seja um dos 6 países que ainda mantêm a aposentadoria por tempo de contribuição, quando em quase todo o mundo é consenso a adoção da uma idade mínima. "No modelo brasileiro, existem apenas o Equador e mais dois ou três países da África e do Oriente Médio", afirmou. Segundo ele, a mudança sofre forte resistência das corporações representativas do funcionalismo público, em especial das categorias de maior remuneração.

 

Honório Pinheiro, presidente da CNDL e coordenador da UNECS reforçou a necessidade de participação do setor privado na formulação e aprovação das reformas e destacou as muitas reuniões realizadas com a rente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo para debater o tema. "Nós, empresários, precisamos nos posicionar." Pinheiro também relembrou o processo de formação da UNECS, frisando a complementaridade e capilaridade das entidades que a compõem.

 

O relator da reforma tributária, Luiz Carlos Hauly, destacou que o PIB brasileiro, hoje, permanece do tamanho que era em 2010, creditando esse resultado ao emaranhado tributário que rege o país. "A reestruturação tributária é fundamental para a retomada do desenvolvimento." Hauly também defendeu um Refis mais amplo do que o proposto pela Fazenda, para dar fôlego às empresas, além da adoção do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) nacional, o que alinharia o país às economias mais desenvolvidas do mundo.

 

Coletiva de imprensa

Durante coletiva de imprensa, que antecedeu a abertura da ABAD 2017, foram divulgados o desempenho do setor atacadista e distribuidor no primeiro semestre do ano e as perspectivas de crescimento para o segundo semestre.No evento, os presidentes da ABAD, Emerson Destro, e da ADASP, Sandoval de Araújo, ressaltaram que a retração de 5,57% nas vendas do primeiro semestre, em termos reais, levou a associação a reduzir a projeção para o ano, que passou de uma alta de 1% para uma queda de até 2,5%.

 

"O nosso número acumulado ficou abaixo do esperado. Nosso mercado depende de renda, e como o desemprego ainda não está reduzindo é difícil ter um bom resultado", ressaltou o presidente da ABAD, Emerson Luiz Destro. Ele apontou ainda que a migração do consumidor para produtos de menor valor foi outro fator que prejudicou o resultado do ramo no período.

 

Paulo Melo, VP de Relações Institucionais e Governamentais da Serasa Experian, Victor Loyola, apresentou estudo que aponta para um crescimento da procura do varejo por crédito junto ao atacado. De acordo com o levantamento, feito em cima das consultas ao banco de dados do Serasa, a procura dos varejistas por crédito cresceu 5,5% no primeiro semestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado. Em 2016, o setor viu um recuo de 13,8% no indicador.


"Embora ainda não tenha impactado nos resultados, a maior procura dos comerciantes por crédito sinaliza para uma tendência de que o varejo compre mais no segundo semestre", diz o diretor institucional do Serasa, Paulo Melo. Melo também destacou a diminuição da inadimplência dos varejistas, que de janeiro a junho de 2017, o indicador recuou 7,2%, em relação ao mesmo período do ano passado.

 

O diretor da GfK, Marco Aurélio Lima, mostrou os resultados do estudo Mercado de Vizinhança 2017, que depois de retraírem por dois anos seguidos, devem apresentar este ano uma estabilidade ou um leve crescimento nas vendas. De acordo com Lima, a previsão é devida a melhora de alguns indicadores, como a confiança dos empresários desse segmento em relação ao futuro, que avançou em 57%, frente ao resultado do ano passado, e a competitividade de preços desse modelo, que também se manteve em ascensão.


O professor Nelson Barrizzelli, pesquisador da FIA nas áreas de Marketing e Consumo, comentou os números do Banco de Dados ABAD/FIA do semestre e anunciar algumas novidades em relação à pesquisa, que será ampliada a partir de 2018.

 

A ABAD 2017 São Paulo, que integra o Encontro Nacional da Cadeia de Abastecimento e a 37ª Convenção ABAD do Canal Indireto, acontece até o 9 de agosto, no São Paulo Expo, em uma realização conjunta da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) e de sua filiada Associação de Distribuidores e Atacadistas de Produtos Industrializados de São Paulo (ADASP).


Redação Portal ABRAS/ABAD

 







 


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