Fabricantes investem para panetone virar presente

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Para atingir metas de crescimento de 13% a 35% nas vendas, fabricantes e varejistas apostam no panetone não só como coadjuvante nas mesas deste fim de ano, mas também como presentes embaixo da árvore de Natal. Por isso, investem em novos sabores, embalagens vistosas e na ampliação da distribuição.

 

 



A estratégia da Arcor do Brasil, dona das marcas Arcor, Aymoré e Triunfo, é elevar o valor agregado do produto. "Queremos fortalecer a marca Arcor na categoria de panetones. Investimos em embalagens presentáveis e produtos mais sofisticados", diz Anderson Freire, gerente de marketing de biscoitos da companhia. A marca tem sabores como creme de avelã e contratos de licenciamentos com times de futebol para latas decoradas.

Já para as marcas Triunfo, vendida principalmente no Estado de São Paulo, e Aymoré, consolidada em Minas Gerais, o foco são as linhas tradicionais e de recheados com goiabada ou chocolate.

Fundada há 60 nos, a Ofner está reformulando sua identidade visual e os panetones são um importante indicativo dessa nova fase. "Estamos renovando a marca. As embalagens dos panetones estão mais modernas e requintadas, ideais para presentear", afirma Laury Roman, diretor comercial da companhia, que vai abrir sua 24ª loja em dezembro, no shopping Villa Lobos, em São Paulo. O licenciamento também está sendo usado como estratégia de marketing. Um dos lançamentos é o panetone da personagem Hello Kitty, recheado com creme sabor tutti frutti, que lembra chiclete.

A expectativa da Ofner é fabricar, no total, 700 toneladas de panetone este ano, 75% a mais do que o ano passado - a maior parte para terceiros. Com a marca Ofner, a projeção é aumentar as vendas em 8%. A empresa investiu R$ 2,5 milhões em reforma, modernização e ampliação de sua fábrica em São Paulo para atender a demanda por produtos no Natal e contratou uma empresa de logística para cuidar exclusivamente das entregas de panetones.

O grupo CRM, que detém as marcas Kopenhagen, Chocolates Brasil Cacau e Lindt, espera vender 1,1 milhão de panetones este ano, que são produzidos na fábrica de Extrema (MG). Em 2013 foram vendidos 820 mil. As novidades são o de língua de gato com doce de leite (Kopenhagen) e o de brigadeiro de morango (Brasil Cacau).

A linha recebeu novos investimentos, como parte do projeto de ampliação da capacidade total da fábrica. "A produção praticamente dobrou por causa de investimentos de R$ 18 milhões feitos em equipamentos. Obras também foram iniciadas este ano, com o objetivo de, em 2015, concluir a segunda fase de expansão [da unidade] com um centro de distribuição 100% automatizado", diz Fernando Vichi, vice-presidente industrial, de TI e finanças do grupo.

Este será o primeiro Natal da companhia com a Lindt no portfólio - está à venda o panetone com gotas de chocolate amargo da marca suíça, importado da Itália. O grupo brasileiro firmou em março uma joint-venture com a Lindt para expandir a distribuição da marca no país. Foram abertas duas lojas exclusivas em São Paulo.

A rival Amor aos Pedaços espera vender 25% mais panetones este ano do que em 2013 e elevar o faturamento em 35% em dezembro, em relação aos outros meses do ano. "Estamos investindo em uma ampla expansão pelo Brasil e prevendo demanda crescente. Ano passado aumentamos a capacidade da fábrica para produção 2,5 mil toneladas por ano", diz Tânia Nakajima, responsável pela gestão industrial da Amor aos Pedaços.

A Bauducco aposta na indulgência do consumidor, ou seja, na sua vontade de "se presentear". As embalagens também foram reformuladas para ficar mais atraentes nos pontos de venda e o foco das receitas foi o chocolate. "Apostamos no chocolate e no rejuvenescimento do produto", afirma Renata del Claro, gerente de marketing de Bauducco. A Pandurata Alimentos, que controla as marcas Bauducco, Tommy e Visconti, tem 62% do mercado de panetones no Brasil.

Segundo Renata, a empresa está especialmente focada em conquistar clientes no Nordeste. "Lá o consumo per capita de panetone é o menor do país. Há oportunidade para crescer". No total, as vendas de panetones da empresa vêm aumentando 13% ao ano e a expectativa é repetir a taxa em 2014.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) projeta uma alta de 13,8% nas vendas de panetones este ano, de acordo com pesquisa de intenção de compra divulgada em novembro. No ano passado, o aumento foi de 14,2% na comparação com 2012.



Veículo: Valor Econômico


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