Alta do dólar pode tornar ceia de Natal mais cara este ano

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Bacalhau, azeite, azeitonas, castanhas, espumantes e várias outras delícias de fim de ano são importadas. E a alta do dólar tem batido recordes. Com a instabilidade, é melhor o consumidor pesquisar preços e se precaver, comprando antes para não correr o risco de pagar mais caro nas ceias.

 

Na última segunda-feira (18), o dólar comercial fechou o dia com a maior cotação da história do Plano Real, implementado em 1994: R$ 4,205. Donos de empórios de Santos explicam que muitos comércios já fizeram estoques justamente para fugir dessa armadilha. Mas, nem todos adotaram a mesma estratégia e, ao consumidor, só resta pesquisar.

 

Alguns preços devem se manter e inclusive estão congelados desde a Páscoa. Mas, quando esses estoques acabarem, se for preciso comprar mais produtos, o valor poderá subir, dependendo da cotação da moeda e disponibilidade de produtos – valerá a lei da oferta e da procura.

 

Maria Inês Figueira Santos, sócia-proprietária do Laticínios Marcelo, afirma que já está acostumada. “Todo fim de ano é a mesma coisa: o dólar aumenta e acaba prejudicando um pouquinho. Só não repassamos porque compramos com antecedência”, conta ela, lembrando que geralmente os produtos que mais sofrem com as oscilações são o bacalhau e a castanha portuguesa. “Já os vinhos estão, muitos deles, com os mesmos preços do Natal passado”, conta, acreditando que a alta não deve ser absurda.

 

Estimativa

 

Ela e Carlos Pereira, sócio-proprietário do empório Casa Porto, acreditam em um aumento de 5% em relação aos valores praticados no Natal de 2019. Muitos estabelecimentos estão segurando o preço como podem, pela competitividade. 

“Mesmo com a alta, a gente também tem tentado absorver esses reajustes de valores. Não adianta jogar tudo para o consumidor. Virando o ano já é outra história”, alerta ele.

 

Alexandre Cardoso, sócio-proprietário do Empório Porãozinho, conta que mesmo não sendo confortável, o melhor é não contar com a sorte. Ele já preparou estoque até o ano que vem, mas sabe que nem todos são precavidos – nem o cliente.

 

“Sei que ninguém gosta de encher o congelador de comida. Nem de guardar bacalhau. Mas é uma aposta. Melhor garantir. A não ser que algo aconteça e, de repente, no ano que vem, o dólar caia e até fique mais barato. Não dá para prever”, adverte.

 

Opções

 

A jornalista, gastrônoma, sommelier e editora do caderno Boa Mesa, Fernanda Lopes, dá a dica para quem for surpreendido e resolver mudar o cardápio ou diminuir a compra. 

“Para quem não fica sem bacalhau, é possível adotar receitas com o peixe desfiado ou em lascas, que são mais em conta, pois não exigem postas altas. Arroz com bacalhau e brócolis ou até escondidinho de bacalhau gratinado são algumas ideias”.

 

Outra opção é usar peixes da época. Eles podem ser assados, recheados com farofa, ou até ensopados como em uma moqueca – pratos bem caprichados para a data.

 

Porco e frango podem ser plano B

 

Para quem não for investir na compra do bacalhau entre os pratos principais, as carnes de porco e frango são mais em conta, diz a jornalista Fernanda Lopes. 

“Principalmente o filé mignon suíno, a paleta ou o lombo de porco, que podem ser assados com legumes e batatas. O frango pode ter uma cara de peru, se assado com manteiga de ervas e enfeitado com frutas após sair do forno”.

 

No caso das frutas, a dica é usar as que estão na época e dão um ar tropical à ceia: abacaxi, manga, melão, melancia, pêssegos e uva nacional são algumas delas. Pode-se montar uma linda cesta ou até uma salada de frutas acompanhada de sorvete e suspiros. “Fica uma delícia que combina com o calor de dezembro”.

 

Em relação ao espumante, há excelentes opções nacionais para o brinde do Ano-Novo, caso o orçamento aperte e os estoques atuais acabem. 

“Afinal, o Rio Grande do Sul se destaca pela fabricação desse tipo de bebida. A sidra é outra boa opção. Feita de maçã, ela pode virar um drinque para compartilhar. Basta colocar frutas picadas, meio litro de limonada e a sidra em uma bonita jarra com bastante gelo”, destaca Fernanda.

 

Fonte: A Tribuna


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