Inflação oficial fica em 0,10% em outubro, menor taxa para o mês desde 1998

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,10% em outubro, influenciado principalmente pela queda no preço da energia, segundo divulgou nesta quinta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Trata-se do menor resultado para um mês de outubro desde 1998, quando ficou em 0,02%.

 

Abaixo do piso da meta de inflação

 

Com o resultado, o índice oficial de inflação acumula alta de 2,60% em 9 meses. Em 12 meses, o IPCA registra avanço de 2,54%, abaixo dos 2,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, ficando abaixo do piso da meta definida pelo governo para o ano, o que reforça as apostas de novo corte na taxa básica de juros, atualmente em 5% ao ano.

 

A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%.

 

A variação de 2,54% em 12 meses é a menor para esse intervalo desde agosto de 2017 (2,46%).

 

Veja a inflação de outubro por grupos e o impacto de cada um no índice geral:

 

·         Alimentação e Bebidas: 0,05% (0,01 ponto percentual)

·         Habitação: -0,61% (-0,10 p.p.)

·         Artigos de Residência: -0,09% (0 p.p.)

·         Vestuário: 0,63% (0,04 p.p.)

·         Transportes: 0,45% (0,08 p.p.)

·         Saúde e Cuidados Pessoais: 0,40% (0,05 p.p.)

·         Despesas Pessoais: 0,20% (0,02 p.p.)

·         Educação: 0,03% (0 p.p.)

·         Comunicação: -0,01% (0 p.p.)

 

A inflação de outubro ficou acima da mediana das projeções de 41 analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que projetam alta de 0,07% no período.

 

O IPCA é calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

 

Queda no preço da energia freia inflação em outubro

 

Na passagem de setembro para outubro, houve deflação em 3 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, com destaque para "Habitação" (-0,61%), responsável por um impacto de -0,10 ponto percentual no índice geral.

 

Segundo o IBGE, a queda no preço da energia foi o principal item que ajudou a frear a inflação em outubro, com impacto de -0,13 ponto percentual no IPCA. Com exceção de Salvador, que teve alta de 0,86%, e Vitória, de 2,24%, todas as áreas pesquisadas registraram recuo nos preços da energia.

 

“Em setembro, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 1 e, em outubro, passou a vigorar a amarela, cujo acréscimo é menor", explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, citando ainda a redução nas tarifas de energia de concessionárias em São Paulo, Brasília e Goiânia.

 

Roupas tem a maior inflação do mês

 

Do lado das altas, a maior inflação de outubro foi no grupo "Vestuário" (0,63%). “O preço de vestuário costuma subir nessa época por conta da mudança de estação, que resulta na troca de coleção das lojas”, explicou Kislanov.

 

O grupo "Transportes" registrou alta de 0,45% em outubro, influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (1,38%). A gasolina subiu 1,28%, contribuindo com 0,05 p.p. no índice do mês. Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta no preço do combustível, exceto Brasília e São Luís, onde houve queda. 

Já o etanol teve alta de 1,90% e o óleo diesel aumento de 1,82%.

 

Alimentação fora de casa mais cara

 

A alimentação em domicílio se manteve em queda, pelo sexto mês consecutivo. A redução no preço da cebola (-20,84%) e da batata-inglesa (-9,06%) foram os destaques. Por outro lado, o preço da carne subiu 1,77%. 

Já a alimentação fora de casa ficou 0,19% mais cara em outubro. A refeição registrou alta de 0,24%, e o lanche subiu 0,32%.

 

Perspectivas e meta de inflação

 

A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5% ao ano - a menor da série histórica do BC, que começou em 1986. 

A expectativa é que o Banco Central realize novos cortes na Selic ainda neste ano.

 

O mercado continua projetando para o ano uma inflação bem abaixo do centro da meta central do governo. De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, os analistas das instituições esperam uma inflação de 3,29% em 2019. A previsão dos economistas é que de que os juros terminarão o ano em 4,5%, recuando para 4,25% em fevereiro.

 

Para 2020, o mercado financeiro mantém a estimativa de inflação de 3,60%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.

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Inflação por regiões

 

Quanto aos índices regionais, 6 das 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em relação a setembro, sendo a maior desaceleração registrada no município de São Luís (-0,37%). Já a maior inflação foi a de Campo Grande (0,31%).

 

Tanto no acumulado do ano quanto na variação dos últimos 12 meses, o município com maior inflação dentre os pesquisados é Fortaleza, com alta de 3,45% em ambos os períodos. Já São Luiz registra o índice mais baixo no acumulado do ano (1,69%), e Curitiba o menor dos últimos 12 meses (1,55%).

 

Veja todos os índices regionais:

 

·         Campo Grande: 0,31%

·         Vitória: 0,29%

·         Rio de Janeiro: 0,27%

·         Belém: 0,22%

·         Belo Horizonte: 0,17%

·         São Paulo: 0,14%

·         Salvador: 0,08%

·         Goiânia: 0,07%

·         Aracaju: 0,04%

·         Fortaleza: 0,04%

·         Porto Alegre: -0,01%

·         Recife: -0,07%

·         Brasília: -0,08%

·         Curitiba: -0,12%

·         Rio Branco: -0,14%

·         São Luís: -0,37%

 

INPC em outubro foi de 0,04%

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para os reajustes salariais, ficou em 0,04% em outubro, ante deflação de 0,05% em setembro. O acumulado do ano está em 2,67% e o dos últimos doze meses foi para 2,55%, contra 2,92% nos 12 meses imediatamente anteriores.

 

Fonte: G1 - Economia

 

 

 


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