Geru prevê crescer crédito em 70% neste ano, mesmo com PIB fraco

Leia em 2min 10s

A Geru, plataforma especializada em crédito sem garantia para o varejo, prevê originar cerca de 600 milhões de reais em novas operações em 2019, o que significaria um salto de mais de 70% em relação ao realizado no ano passado, disse nesta sexta-feira o sócio-fundador e presidente da fintech, Sandro Reiss.

 

Segundo o executivo, a expansão maior do que a média do mercado reflete a crescente procura por linhas de financiamento com condições distintas das encontradas na rede bancária. O Banco Central anunciou nesta manhã que o estoque de crédito livre teve alta de 8,2% em junho na variação anual.

 

“Com o país num ciclo muito longo de baixo crescimento econômico e desemprego elevado, é comum as pessoas terem problemas que precisam de soluções diferentes das usuais”, disse Reiss em entrevista à Reuters. “Por isso criamos caminhos para premiar clientes ou prevenir que entrem em inadimplência.”

 

Entre as opções oferecidas pelo fintech estão taxas de juros menores para clientes a partir da segunda operação, antecipação ou postergação de pagamento de prestações ou ainda mudança das datas de vencimento.

 

Criada em 2015, a Geru faz empréstimos de 2 mil a 50 mil reais, com prazos de 12 a 36 meses e taxas mensais de 2% a 9,5%, dependendo do perfil de risco do cliente. A fintech afirma já ter feito mais de 6 bilhões de reais em empréstimos.

 

Boa parte dos pedidos de empréstimos são de clientes tentando refinanciar dívidas de linhas mais caras, como de cartão de crédito e cheque especial, contraídas em bancos.

 

Segundo Reiss, o ritmo do Geru não é maior em parte devido à prolongada fraqueza da atividade econômica do país, com altos níveis de desemprego e desalento.

 

“Dar crédito demais ao consumidor agora pode não ser um bom negócio”, disse Reiss.

 

Para o executivo, as mudanças recentemente implementadas no cadastro positivo, com entrada automática das pessoas no sistema, exceto quando manifestem desejo contrário, devem ajudar a reduzir gradualmente as taxas cobradas no crédito.

 

“Mas isso é mais no médio prazo porque os participantes do sistema só vão incluir dados gerados a partir de agora e não há penalidade para quem não fizer”, comentou.

 

A Geru pediu recentemente autorização do Banco Central para se tornar uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), dentro da regulação para fintechs emitida no ano passado. Quando receber o aval, a companhia deve oferecer crédito com recursos próprios, mas seguirá operando com parceiros, disse Reiss.

 

Fonte: Reuters


Veja também

Analistas veem impacto limitado de FGTS sobre recuperação da economia

O impacto positivo sobre a economia decorrente da liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de S...

Veja mais
Estoque de crédito no Brasil avança 0,4% em junho, puxado por apetite de famílias

O estoque total de crédito do sistema financeiro no Brasil subiu 0,4% em junho sobre maio, a 3,296 trilhõe...

Veja mais
Mercado vê Selic a 5,50% em 2019 e 2020 no Focus

O mercado reduziu pela segunda vez seguida a expectativa para a taxa básica de juros em 2020 e passou a ver estab...

Veja mais
Lojistas capixabas já preveem melhora no comércio após saques do FGTS

As novas regras que vão permitir que trabalhadores saquem até R$ 500 das contas ativas do FGTS devem melho...

Veja mais
Confiança do empresário do comércio recua 1,1% em julho, aponta CNC

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederaçã...

Veja mais
CNI reduz previsão de crescimento da economia

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu pela metade sua previsão de crescimento d...

Veja mais
Brasil abre 48.436 vagas formais de trabalho e tem melhor junho em 6 anos, aponta Caged

O Brasil registrou criação líquida de 48.436 vagas formais de emprego em junho, segundo o Cadastro ...

Veja mais
Investimento direto no país tem em junho pior desempenho em três anos

O fluxo de investimentos diretos no país (IDP) somou em junho 2,190 bilhões de dólares, menor valor...

Veja mais
Ideal seria que Brasil todo fosse uma "enorme zona franca", diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que o cenário ideal seria que o “Brasil todo...

Veja mais