Faturamento do varejo paulista atinge R$ 58,8 bilhões em março

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As vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo seguiram a trajetória ascendente e atingiram R$ 58,8 bilhões em março, alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018. Foi a maior cifra para o mês desde o começo da série histórica, em 2008. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,7%, e no acumulado de 2019, o aumento foi de 4,2%, o que representa um montante de R$ 7 bilhões maior do que o obtido no período de janeiro a março de 2018.

 

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

 

Das nove atividades pesquisadas, sete obtiveram alta em seu faturamento real no comparativo anual, com destaque para os setores de materiais de construção (7,7%), farmácias e perfumarias (6,6%) e supermercados (0,9%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 1,3 ponto porcentual (p.p.).

 

Por outro lado, os segmentos de concessionárias de veículos (-6%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-1,6%) sofreram quedas nas vendas. Somados, impactaram negativamente com 0,8 ponto porcentual para o desempenho final.

 

De acordo com assessoria econômica da FecomercioSP, houve alta de 4% nas vendas do varejo, na média de fevereiro e março juntos, seguindo o crescimento visto nos meses anteriores. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, já é perceptível a desaceleração nas vendas: de 5,2% em fevereiro para 4,7% em março. Para a Entidade, o motivo é a insegurança dos consumidores em decorrência de alta do desemprego, inflação crescente e desvalorização do real, o que tem ocasionado perda do poder de compra e aumentos do endividamento e da inadimplência.

 

Com isso, os paulistanos estão focados apenas no essencial, o que fez com que a atividade de supermercados se destacasse nas vendas nos três primeiros meses do ano. Por outro lado, bens duráveis - como automóveis e eletrônicos - sofreram as primeiras baixas de 2019 em março.

 

Na análise da Federação, um crescimento mais expressivo só deve ocorrer após as aprovações das principais reformas, como a Tributária e a da Previdenciária. Entretanto, estas estão em ritmo lento de tramitação no Congresso, e a tendência é que sejam votadas no segundo semestre. Assim, os resultados positivos práticos devem ficar somente para 2020.

 

A FecomercioSP ressalta que o momento econômico exige atenção por parte do empresário, que não deve se endividar e precisa evitar novos financiamentos para quitar contas do dia a dia. O mais importante agora é girar o estoque e manter o fluxo de caixa para ter recursos para pagamentos obrigatórios, como tributos, concessionárias, funcionários e fornecedores.

 

Nessa conjuntura, é essencial que o comerciante tenha mais atenção e contabilize cada detalhe, negocie com os fornecedores e também tente taxas melhores com bancos, financiadores e empresas de máquinas de cartões. Além disso, deve dar continuidade às promoções, ainda que a margem de lucro seja reduzida. De acordo com a FecomercioSP, essas ações são fundamentais para que o empresário mantenha o negócio em dia até a melhora do ambiente econômico.

 

Em março, as vendas do varejo na capital paulista ficaram praticamente estáveis: leve alta de 0,1% na comparação ao mesmo mês de 2018. Ainda assim, atingiu R$18 bilhões, R$ 26,4 milhões a mais do que o registrado no ano passado. Trata-se da maior cifra para um mês de março desde 2008, início da série histórica. No acumulado do ano, o aumento foi de 3,6%, o que representa um incremento de R$ 1,8 bilhão em comparação ao apurado entre janeiro e março do ano passado. Nos últimos 12 meses, a elevação também foi de 3,6%.

 

Das nove atividades pesquisadas, seis apontaram expansão no faturamento real no comparativo anual, com destaque para os setores de materiais de construção (8,3%) e outras atividades (3%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 1 ponto porcentual (p.p.).

 

Em contrapartida, os segmentos de concessionárias de veículos (-6%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-5,1%) sofreram quedas nas vendas. Somados, impactaram negativamente com 1,3 ponto porcentual para o desempenho final.

 

Fonte: Investimentos e Notícias


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