Cesta básica sobe 5,45% em março no maior aumento em 23 anos

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Com aumento de 5,45% em março, o preço cesta básica no Vale do Paraíba teve a maior alta para um único mês em 23 anos - desde o início da série histórica de pesquisas do Núcleo de Pesquisas Econômico Sociais (Nupes) da Universidade de Taubaté. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (8).

 

O reajuste foi o quarto consecutivo - desde dezembro do ano passado a cesta básica vem acumulando alta de preços da região. O levantamento de preços é feito em supermercados de quatro cidades da região - São José, Taubaté, Caçapava e Campos do Jordão.

 

A inflação oficial do mês, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de menos de 0,5% no último mês.

 

O custo médio da cesta básica na região em março foi de R$ 1.623,78. A cesta mais cara foi a de São José dos Campos, que custou em média R$ 1.631,27 em março. A mais barata foi a de Caçapava, com custo médio de R$1.597,49.

 

Segundo a pesquisa, dos 32 produtos avaliados no levantamento, 24 tiveram alta.

 

'Vilões'

 

Os 'vilões' dos preços foram os hortifruti, cujo aumento segundo o Nupes foi reflexo da instabilidade do tempo. O excesso de chuvas associado ao calor intenso alteraram o cronograma da colheita e derrubaram a produção de alguns alimentos. Com a menor oferta, o preço subiu.

 

O mamão, por exemplo, subiu mais de 40% em março. A batata e o tomate foram reajustados, respectivamente, em 29,4% e 28,4%. A couve subiu 17,26% e o alface 9,27%.

 

De acordo com o economista do Nupes, Edson Trajano, a menor oferta de itens que são considerados essenciais na alimentação refletiu no aumento dos preços em geral. Entre os produtos com aumento elevado, parte é usada como matéria-prima para produção de itens industrializados.

 

Na contramão do aumento, três itens tiveram queda nos preços. A alcatra teve queda de 5,62% no preço, seguida pelo contrafilé, que caiu 4,77% e o açúcar 3,15%.

 

Trajano explicou que além do fator clima, o período de fim de safra, como do mamão, também influenciaram os preços.

 

"Sempre acontece nessa época do ano de ter queda na produção de alguns itens, mas o retorno da safra de outros reequilibra o preço. Dessa vez, tivemos um movimento atípico, com muitos produtos nessa situação", disse o economista.

 

A expectativa do economista é que com a estabilidade do tempo, ainda na primeira quinzena de abril, os preços voltem aos parâmetros considerados normais.

 

Fonte: G1

 

 


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