Serviços e duráveis impulsionam o consumo

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Serviços e bens duráveis impulsionam a expansão do consumo das famílias, enquanto o fraco dinamismo da construção civil tem limitado o crescimento dos investimentos, compensado pela compra de máquinas e equipamentos.

 

No trimestre encerrado em outubro, o consumo das famílias cresceu 1,6% em relação a igual período de 2018, enquanto a formação bruta de capital fixo (Fbcf, investimentos) avançou 4,3%.

 

O aumento do consumo das famílias foi puxado pela alta de 2% nas contratações de serviços e de 5,3% dos bens duráveis. Já os não duráveis (0,2%) e semiduráveis (1,2%) cresceram menos, mostram dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

 

O pesquisador do Ibre, Claudio Considera, destaca que a recuperação gradual da renda e do emprego, bem como a melhora do crédito à pessoa física e redução do endividamento das famílias, tem permitido um aumento das contratações de serviços e compra de bens duráveis.

 

Por outro lado, ele explica que o fraco desempenho dos não duráveis e semiduráveis se explica pela queda no poder aquisitivo dos brasileiros, após a recessão de 2015 e 2016. “A chamada nova classe média [que surgiu nos anos 2000] consumia mais gasolina e alimentos do que hoje e, ao se ver desempregada, foi obrigada a reduzir custos, comprando alimentos mais baratos, vendendo seus carros”, comenta.

 

Porém, Considera afirma que a expansão do consumo deve acelerar no próximo ano, na medida em que se espera um avanço do PIB de 2,5%.

 

Aportes de recursos

 

Nos trimestres encerrados em agosto e setembro, os investimentos chegaram a expandir a uma taxa de 7,8%, inflados por plataformas de petróleo que já estavam em atividade no País, porém registradas no exterior. Devido a mudanças no regime tributário, elas foram registradas no Brasil, sendo contabilizadas como importações.

 

Considera afirma que, excluindo esse fator extraordinário, os investimentos vêm crescendo, em média, 4% a cada trimestre, o que, na sua avaliação é positivo e mostra que as empresas estão apostando no crescimento da economia.

 

“O que tem puxado esses números são as compras das empresas de máquinas e equipamentos, pois a construção civil ainda está muito paralisada”, ressalta Considera.

 

A construção civil interrompeu as suas quedas em julho deste ano, após ficar constantemente negativa desde maio de 2014, na série do Ibre-FGV. No trimestre encerrado em outubro, a construção cresceu 0,6% ante igual período de 2017, ao passo que o consumo de máquinas e equipamentos registrou alta de 12,2%.

 

Na avaliação de Considera, a retomada do crescimento da construção civil ainda deverá ser muito lento ao longo de 2019. “Para que a construção volte a crescer com força, a taxa de desemprego precisa cair muito e a renda precisa expandir mais, de forma a permitir que as famílias tenham segurança em assumir dívidas de longo prazo”, diz Considera. Ele acrescenta que o déficit fiscal dos governos também impede uma recuperação mais forte do setor da construção.

 

Fonte: DCI


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