Retomada da economia do ABC deve continuar em 2019

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Pela primeira vez desde 2011, a economia do Grande ABC vem mostrando sinais de recuperação. Uma análise do Observatório Econômico da Metodista aponta para o fim da recessão e possíveis melhorias para o próximo ano.

 

De acordo com o professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, há dois indicadores positivos em relação à trajetória de retomada da atividade econômica: as operações de crédito e o depósito em poupança.

 

O 18º Boletim EconomiABC, que traz um balanço das atividades das sete cidades do ABC até outubro contextualizadas no cenário nacional, mostra que a região registrou R$ 37 bilhões em operações de crédito, fluxo 11% maior do que nos últimos 12 meses encerrados em agosto. Esse é o maior valor desde novembro de 2016.

 

Já os depósitos em poupança aumentaram 5,78% na região analisada, registrando R$ 17 bilhões. O volume foi o mais alto desde dezembro de 2015.

 

“Essa é a tendência para 2019. Um pouquinho na onda da economia nacional, a do ABC, em 2017 e 2018, recebeu anúncios de investimentos, trazendo expectativas favoráveis. Mas claro que ainda contamos com a recuperação do mercado”, explicou o professor da Metodista.

 

Ele ainda destaca a necessidade do próximo governo fazer o ajuste de contas públicas, apontado pelo especialista como maior desafio da nova gestão.

 

“Há de se lembrar que crises fiscais têm forte potencial para deflagrar crises econômicas. Só nos últimos 12 meses, o setor público brasileiro pagou o equivalente a 5,55% do PIB em juros. Isso afeta a capacidade de investimento do governo”, comentou.

 

Desemprego

 

Apesar da retomada, a taxa de desemprego no Grande ABC, segundo a Fundação SEADE, chegou a 18,8% da População Economicamente Ativa (PEA) em setembro, índice mais elevado da região para 2018.

 

“A taxa do desemprego leva um tempo para reduzir. Quando o mercado começa a melhorar e aquecer, as pessoas que não estavam procurando emprego voltam a procurar e isso afeta a conta”, esclareceu Maskio.

 

Mesmo perdendo mais de 68 mil postos de trabalhos entre os anos de 2012 e 2017, o ABC apresentou saldo positivo na geração de empregos formais. Nos dez primeiros meses do ano, foram criadas mais de dez mil vagas, principalmente nos setores de serviços e construção civil. Um destaque se refere aos mais de 1.200 empregos formais gerados no setor industrial da região.

 

Balança comercial

 

O Grande ABC registrou um superávit de US$ 417,4 milhões no acumulado de janeiro a novembro deste ano. O fluxo internacional é 63,5% menor do que o mesmo período de 2017. O resultado é consequência do sutil aumento de 3% nas exportações, que somaram US$ 5,02 bilhões, e do crescimento de 23% nas importações, que registraram US$ 4,6 bilhões.

 

O setor produtivo está importando insumos industriais, levando a exposição das altas do dólar e ao aumento de custos, além do enfraquecimento da cadeia de fornecedores locais.

 

De qualquer forma, entre 2017 e 2018 houve um aumento de 11,9% na corrente de comércio exterior, o que demonstra maior relação da economia local com a economia internacional.

 

Fonte: DCI


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