Na Black Friday, 40% dos clientes devem ir a loja física

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Dos mais de 100 milhões de brasileiros que devem aproveitar as promoções da Black Friday, 40% pretendem comprar em lojas físicas, de acordo com pesquisa da empresa de informações financeiras Boa Vista SCPC.

 

O número de compradores no comércio de rua e nos shoppings durante essa data já é quase uma vez e meia maior que o registrado no "supersábado de Natal", o que antecede o dia 25 de dezembro - segundo levantamento da ShopperTrak, empresa que trabalha com inteligência de tráfego de clientes.

 

Para 38% das pessoas que não utilizam e-commerce, a principal razão para se ir até as lojas físicas é poder ver o produto de perto e tomar a melhor decisão. Foi esse motivo que levou a dona de casa Cristina Rabelo ao comércio na edição do ano passado. Mas, dessa vez, ela diz que pode ser diferente. "Se você já tem o produto, a marca e o modelo, é mais fácil comprar pela internet", argumenta.

 

Não ter cartão de crédito também ajuda a explicar a escolha do consumidor pelo varejo físico. No Brasil, de acordo com dados do IBGE, são cerca de 60 milhões de pessoas desbancarizadas - que não possuem conta em bancos. "Há um número considerável de consumidores que têm acesso à internet, mas não ao cartão", diz Roberto Kanter, professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

De acordo com ele, o acesso restrito ao cartão, além de levar as pessoas ao comércio, também tem um papel importante na diminuição das compras por impulso. "Cerca de 30% das compras têm desistências no boleto", acrescenta.

 

O professor explica que o fato de se ter um prazo para pagar a conta faz com que o consumidor reflita a respeito do gasto. Isso, muitas vezes, leva ao não pagamento do boleto, o que cancela a compra online.

 

Cristina conta que a maior parte das compras que fez na última Black Friday foi decidida à medida que ela e as filhas viam os produtos na prateleira. "A gente ia olhando o que queria enquanto uma ficava na fila.". Para Kanter, essa característica de pronta entrega do varejo físico é o principal diferencial desse tipo de comércio. "Por esse serviço de estoque, o varejista cobra um preço. Quando a pronta entrega ficar frequente no e-commerce, a procura pelo varejo físico pode diminuir", diz.

 

O maior trânsito nas lojas, no entanto, não significa conversão em vendas. O diretor da ShopperTrak, Marcelo Quaiatti, alerta que, caso o lojista não se prepare, o cliente sairá do estabelecimento sem gastar. "O lojista deve usar o fluxo de anos anteriores para determinar o número de vendedores disponíveis nas loja", diz Quaiatti.

 

Segundo estudo do Ibevar/FIA, as menções digitais à data crescem de maneira contínua desde 2014, sendo que, nos últimos três anos, os números de citações no Facebook, Twitter, YouTube, comentários em notícias de jornais eletrônicos, além de sites como o Reclame Aqui e o JusBrasil, foram superiores a 52.500 mensagens, apresentando crescimento ano a ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Publicado em: DCI


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