Varejo cresce em abril, mas impacto da greve ainda é ameaça

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O resultado do varejo brasileiro no primeiro mês do segundo trimestre foi melhor que o esperado, crescendo 1% ante a março. Apesar do resultado, a força do setor no segundo semestre segue comprometida em função das perdas resultante da greve dos caminhoneiros no final e maio.

 

O resultado de maio, período que compreende também o Dia das Mães, terá um forte impacto da paralisação dos caminhoneiros, que parou todo o País no final no quinto mês do ano.

 

As vendas de equipamentos para escritório e combustíveis ajudaram a puxar o resultado, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

"A alta foi disseminada em todas atividades e de forma geral todo o varejo teve um movimento mais forte. Em alguns segmentos a inflação está mais baixa que a inflação geral, e também temos crédito mais farto e menor endividamento das famílias", explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

 

"Entretanto, a greve dos caminhoneiros vai bater em maio. Certamente haverá influência da greve no mês e a expectativa é que ela atinja todos os segmentos", explica. As vendas em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso dos consumidores, teve aumento de 1% em abril, depois de subir apenas 0,1%.

 

A única atividade que não registrou ganhos foi a de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas ficaram estagnadas. No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas aumentou 1,3% na comparação com março.

 

Revisões

 

O IBGE ainda revisou o dado de março para avanço de 1,1% depois de divulgar anteriormente aumento de 0,3 por cento, após incorporar novas informações principalmente sobre hipermercados e equipamentos de informática. Sobre abril de 2017, as vendas apresentaram avanço de 0,6%.

 

A leitura do mês foi influenciada principalmente pelos aumentos de 4,8% nas vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e de 3,4% em Combustíveis e lubrificantes.

 

Nem tudo está perdido

 

Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o impacto gerado pela greve dos caminhoneiros não será o bastante para mudar o rumo de crescimento do setor para a soma do ano. A entidade projeta que, ao término de 2018, o comércio avance 5%.

 

“Mesmo considerando os impactos negativos decorrentes da greve durante alguns dias do mês de maio, os estoques das revendedoras não sofreram tão intensamente como outros ramos do varejo com a escassez de produtos”, diz o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes.

 

Ele destacou ainda as vendas de veículos, que tiveram em maio a maior variação no volume ante o mesmo mês do ano anterior desde o início dos levantamentos no ano 2000. “Além da natural reação tendo como base um período altamente negativo para esse segmento, o recuo nas taxas de juros para esse tipo de compra e melhora da percepção sobre o emprego ajudaram a explicar a inédita variação nas vendas”, completou Fabio Bentes.

 

Fonte: DCI

 


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