Comércio paulistano deve crescer nos próximos meses

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Com a recuperação dos indicadores econômicos em São Paulo, empresários e analistas projetam um bom desempenho para o comércio na capital durante este ano.


A melhora da confiança é citada como o principal motivo para a tendência de alta no setor. “As expectativas estão mais fortes, esperamos um crescimento de 4% ou 5% para as vendas neste ano, com todos os segmentos em terreno positivo”, afirma Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP.

Além disso, os resultados ruins registrados nos últimos anos facilitam a conquista de uma variação positiva em 2018, diz o entrevistado. “Os segmentos de veículos e eletrodomésticos, por exemplo, caíram muito durante a recessão. Com essa base de comparação fraca, fica mais fácil obter um número mais expressivo”, indica.

Também devem avançar os segmentos que foram menos afetados pela crise, como supermercados e farmácias, afirma Dietze. Entre os fatores que devem favorecer esses ramos, ele cita a inflação baixa, a recuperação dos indicadores de emprego e a expansão do crédito.

Depois de abrir 14 lojas no Estado de São Paulo durante 2017, a Spani Atacadista vai lançar sua terceira unidade na capital amanhã. Segundo Cléber Gomez, diretor-presidente do Grupo Zaragoza, detentor da Spani, a crença na melhora da economia local motivou o avanço da companhia.

“Acreditamos bastante em uma melhora do mercado, com a retomada da renda alavancando as vendas”, diz. Ele projeta uma reversão do movimento visto durante a recessão. “Antes, as pessoas deixaram de comprar seus produtos preferidos e escolheram versões mais baratas. Agora, elas devem voltar às opções favoritas.”

No ano passado, a deflação dos preços de diversos produtos impediu um avanço significativo do faturamento, afirma Gomez. “Vendemos mais, mas o resultado ficou estável”. A Spani teve faturamento de R$ 2,2 bilhões em 2017.

Para 2018, a empresa prevê o investimento de R$ 140 milhões. A nova unidade da atacadista, no Butantã, Zona Oeste da capital, custou R$ 30 milhões e ocupa uma área de 6.200 metros quadrados. As outras lojas ficam em Vila Formosa e Vila Prudente. Já no interior do estado, a empresa conta com unidades em Americana, Guarulhos, Marília e outras cidades.

Projeção por renda
O fortalecimento do consumo deve ser registrado em todos os estratos da pirâmide social, afirmam os entrevistados. Entretanto, um avanço maior deve ser visto nas compras das famílias pobres, mais afetadas nos anos de crise econômica, afirma Dietze.

“A melhora da renda e do emprego devem fortalecer mais as classes mais baixas, que tiveram perdas maiores nos últimos anos. Os ricos, que reduziram menos o consumo durante a recessão, devem manter hábitos semelhantes.”

Ele diz ainda que a ausência de grandes incentivos do governo ao consumo, como a liberação de recursos do FGTS e do PIS/PASEP promovida em 2017, não deve afetar o desempenho do comércio. “O ritmo mais acelerado da economia compensa a falta de estímulos desse tipo”, avalia.

Os primeiros resultados do setor divulgados em 2018 confirmam as expectativas positivas para as vendas.

Em alta
Puxado por um aumento de 6,4% das vendas a prazo, o comércio paulistano teve crescimento de 3,2% na primeira quinzena de fevereiro, na comparação com igual período de 2017, de acordo com levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Por outro lado, as vendas à vista caíram 0,1% durante as duas primeiras semanas do mês.

Em janeiro, o varejo teve expansão de 4,7%, com altas de 6,8% das vendas a prazo e de 2,5% na modalidade à vista, em relação a igual mês do ano passado. Foi o nono mês consecutivo de avanço das vendas na capital paulista.

  

Fonte: DCI

 

 


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