Emprego no comércio deve disparar em 2018

Leia em 2min 10s

As perdas acumuladas no número de vagas no varejo dos últimos anos parece ter chegado ao fim. O movimento, puxado pela Reforma Trabalhista, se apoia apenas no estoque dos trabalhadores, e não na rentabilidade dos empregados, fator que joga ainda mais para frente a retomada do poder de compra do empregado, e posterga a ainda mais a retomada das vendas no varejo.

 

Para este ano, a estimativa do mercado e do governo é que oferta de vagas dentro comércio varejista apresente um salto, principalmente pela regulamentação do trabalho intermitente e da jornada 12x36. “A reforma põe fim a um antigo pleito dos empresários do comércio, mas sozinha não será responsável pela volta do poder de compra do brasileiro”, comentou o professor de macroeconomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), César Maranhão.

 

Para o acadêmico, um trabalhador do varejo precisará constar como funcionário de ao menos duas varejistas para, no regime intermitente, compor uma renda que seja similar a que ele recebia com o contrato antigo. “Isso inflará a base de empregos, e vão comemorar como se fosse vitória”, comenta ele.

 

A visão do acadêmico está em linha com a situação enfrentada pelos funcionários de uma grande rede de supermercados do Rio de Janeiro. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Supermercados da cidade do Rio de Janeiro, diversas denúncias têm chegado sobre condições precarizadas de emprego. “Soubemos de casos de funcionários que recebiam R$ 80 por domingo trabalhado e o valor caiu para R$ 36”, conta o assessor jurídico da entidade, e Caio Andreolli.

 

De acordo com ele, esses casos estão se tornando cada vez mais frequentes, e vão além do segmento supermercadista. “Quase todo o varejo adotou o trabalho intermitente. Isso mutilou a renda do vendedor”, lamenta.

 

Considerado o motor da economia nacional, São Paulo apresentou um saldo positivo, após dois anos de retração, na base de trabalhadores no varejo. Segundo levantamento da FecomercioSP, entre janeiro e dezembro do ano passado, foram criados 6,3 mil postos de trabalho, revertendo apenas uma fatia dos 107,5 mil empregos perdidos no setor entre 2015 e 2016.

 

Apesar do resultado ainda incipiente, a Federação sinaliza o ponto de inflexão do setor, que deverá encerrar 2018 com um cenário ainda melhor.

 

Ao término de 2017, o estoque ativo do setor foi de 2.089.209 trabalhadores formais, alta de 0,3% em relação a dezembro de 2016. Os dados foram puxados por vagas em lojas de vestuário e calçados, supermercados e farmácias.

 

 

Fonte: DCI

 

 


Veja também

Com expectativa de inflação em 4,2%, cortes na Selic podem ser interrompidos

O ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, pode ser interrompido na próxima reunião do Com...

Veja mais
Vendas no varejo caem mais que o esperado em dezembro, mas sobem em 2017 após 2 anos

As vendas no varejo brasileiro registraram queda bem mais forte do que o esperado em dezembro, mas ainda assim terminara...

Veja mais
Vendas no varejo em Alagoas em 2017 é destaque em crescimento nacional

Em Alagoas, os números são positivos. Acompanhando os avanços de setores importantes, como exporta&...

Veja mais
Fitch: Brasil apresenta alguns riscos e um deles é o ritmo da recuperação

A diretora da Fitch para ratings soberanos da América Latina, Shelly Shetty, afirmou nesta terça-feira (13...

Veja mais
Bens duráveis devem puxar o avanço do varejo em 2018

Repetindo o movimento visto no ano passado, os segmentos de móveis, eletrodomésticos e materiais de constr...

Veja mais
Carnaval está 5,32% mais caro; expectativa é de alta nas vendas

A contagem regressiva para o Carnaval já começou. Ontem, muitos foliões em Fortaleza já arru...

Veja mais
Comércio esquenta vendas com Carnaval

A folia de Momo começa oficialmente nesta sexta-feira (9), porém os comerciantes já comemoram o aum...

Veja mais
Vendas no varejo acumulam alta de 2,0% em 2017, diz IBGE

Em dezembro de 2017, o volume de vendas do comércio varejista nacional recuou 1,5% frente a novembro, na sé...

Veja mais
Fazenda contraria mercado e projeta alta de 3% para o PIB

Nova Lima (MG) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 8, que a expectativa da...

Veja mais