IPCA-15 sobe 2,94% em 2017, mínima em quase duas décadas e abaixo da meta

Leia em 3min

A prévia da inflação oficial brasileira indicou que os preços devem encerrar 2017 com a menor alta acumulada em quase duas décadas, abaixo do piso da meta do governo e com deflação de alimentos, garantindo espaço para o Banco Central continuar com o corte dos juros.

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou este ano com alta acumulada de 2,94 por cento, patamar mais baixo desde 1998 (1,66 por cento) e ante 6,58 por cento em 2016, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

 

A meta do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Os dados de agora indicam que inflação brasileira encerrará o ano aquém do objetivo pela primeira vez desde a implementação do regime de metas.

 

Se o IPCA de dezembro, a ser divulgado em 10 de janeiro, se confirmar abaixo de 3 por cento, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, deverá publicar carta aberta explicando o motivo do descumprimento e indicando o que faria para mudar esse quadro.

 

Nos 12 meses até novembro, o indicador havia acumulado avanço de 2,77 por cento, e o resultado de dezembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de 2,94 por cento.

 

Em dezembro, o IPCA-15 teve alta de 0,35 por cento sobre o mês anterior, contra 0,32 por cento em novembro e expectativa de 0,36 por cento, pressionado principalmente pelo aumento de 2,75 por cento da gasolina.

 

O resultado mensal do IPCA-15 teve taxas negativas em três grupos: 0,27 por cento em Artigos de residência, 0,26 por cento em Comunicação e 0,02 por cento de Alimentação e Bebidas.

 

Os alimentos encerraram o ano com deflação de 2,15 por cento, depois de a queda dos preços desse grupo ter se mostrado mais persistente e profunda ao longo do ano que se esperava, pressionando as expectativas de inflação.

 

O outro grupo que registrou recuo dos preços no ano foi Artigos de Residência, de 1,51 por cento.

 

Na outra ponta, a maior alta ficou com Educação, de 6,96 por cento, seguida por Saúde e Cuidados Pessoais, de 6,68 por cento, e Habitação, de 6,15 por cento.

 

A inflação fraca dá espaço ao BC para continuar reduzindo os juros básicos, já na mínima histórica de 7 por cento, e a expectativa em geral é de novo corte de 0,25 ponto percentual na reunião de fevereiro, como vem sendo indicado pelo BC.

 

A própria autoridade monetária vê a inflação abaixo da meta oficial este ano, tendo reduzido nesta manhã a projeção para a alta do IPCA a 2,8 por cento em seu Relatório de Inflação, de 2,9 por cento antes.

 

Veja detalhes na variação mensal (%):

 

Grupo Novembro Dezembro 2017

 

Alimentação e Bebidas -0,25 -0,02 -2,15

 

Habitação +1,33 +0,43 +6,15

 

Artigos de Residência -0,35 -0,27 -1,51

 

Vestuário +0,32 +0,32 +2,55

 

Transportes +0,27 +1,16 +4,31

 

Saúde e Cuidados Pessoais +0,51 +0,27 +6,68

 

Despesas Pessoais +0,43 +0,44 +4,75

 

Educação +0,01 +0,03 +6,96

 

Comunicação +0,28 -0,26 +1,50

 

Índice Geral +0,32 +0,35 +2,94

 

Fonte: Reuters

 

 

 

 


Veja também

Intenção de consumo vai ao maior nível desde 2015

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação ...

Veja mais
Consumidores esperam inflação de 5,8% em 12 meses a partir de dezembro

A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 5,8% em dezembro, ...

Veja mais
Mercado prevê inflação a 2,83% no ano

O mercado financeiro reduziu a previsão para a inflação oficial – medida pelo Índice d...

Veja mais
Renda dos brasileiros sobe mais que gastos em 2017, diz Nielsen

A renda dos brasileiros cresceu 11% em 2017, com uma expansão de apenas 1% dos gastos, segundo estudo da Nielsen ...

Veja mais
Natal: comércio aposta na segunda parcela do 13º salário para aumentar vendas

Rio - O varejo espera o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro, que deve ser feito até o dia 20, ...

Veja mais
Crise muda hábito e brasileiro prefere maior durabilidade

Os hábitos de compra do brasileiro mudaram durante a crise. Mais criterioso, ele avalia melhor e só compra...

Veja mais
Varejo cresce na primeira quinzena de dezembro

As vendas do varejo da cidade de São Paulo cresceram 4,7% nos primeiros 15 dias de dezembro frente ao mesmo per&i...

Veja mais
Maior parte dos brasileiros pretende comprar apenas

Depois de um ano marcado por incertezas políticas e econômicas, os consumidores chegam à reta final ...

Veja mais
Atacadistas ainda sentem efeito da crise

O faturamento das empresas atacadistas e distribuidoras teve um crescimento módico de 0,08% em outubro. Na compar...

Veja mais