IPCA tem deflação de 0,23% em junho, a 1ª em 11 anos

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve deflação de 0,23% no mês de junho, a primeira em 11 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (7). O resultado é o mais baixo para um mês de junho desde o início do Plano Real.

 

A última vez que o índice teve variação negativa foi em junho de 2006, quando a taxa caiu 0,21%. O IPCA nunca foi tão baixo desde agosto de 1998, quando a taxa atingiu -0,51%.

Na história recente do Brasil, constantemente marcada por inflação alta, só houve deflação no IPCA por no máximo três meses seguidos. Isso aconteceu entre julho e setembro de 1998. Entenda o que é deflação e por que ela é um problema.

 

O primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, bem menos do que os 4,42% registrados em igual período de 2016, diz o IBGE. Considerando-se todos os primeiros semestres, é o resultado mais baixo da série histórica.

Nos últimos 12 meses até junho, o índice ficou com variação positiva de 3,00%, abaixo dos 3,60% referentes aos 12 meses imediatamente anteriores. É a menor taxa para o período desde março de 2007, quando ficou em 2,96%.

 

Habitação tem a maior queda

 

Em junho, os três grupos de produtos e serviços que, juntos, concentram cerca de 60% das despesas domésticas, foram os que tiveram as quedas mais intensas: alimentação (-0,50%), habitação (-0,77%) e transporte (-0,52%).

Habitação, que tem participação de 15% nos cálculos do IPCA, foi o grupo que teve a maior queda no mês, influenciada pelas contas de luz. Mais barata em 5,52%, a energia exerceu o mais intenso impacto negativo, de -0,20 ponto percentual, segundo o IBGE.

 

No grupo transportes, houve deflação de 0,52%. Os combustíveis se destacam pela queda de 2,84%, diz o IBGE. O litro da gasolina ficou 2,65% mais barato diante de duas reduções de preços, autorizadas pela Petrobrás, nas refinarias, cujos reflexos nas bombas se concentraram no IPCA do mês.

 

No grupo alimentação e bebidas, que domina 26% das despesas das famílias, houve queda de 0,50%, puxada pelos alimentos para consumo em casa, mais baratos em 0,93%. Houve queda nas 13 regiões pesquisadas.

Apesar do feijão-carioca ter exercido o maior impacto no IPCA do mês, com a subida brusca de 25,86% em seus preços, a maioria dos alimentos passou a custar menos de maio para junho, como o tomate (-19,22%), a batata-inglesa (-6,17%) e as frutas (-5,90%).

 

O cálculo do IPCA leva em conta os preços de pagamentos à vista no comércio, nos aluguéis e compras de imóveis, nos serviços públicos e no setor de serviços nas principais cidades brasileiras. O IBGE coleta informações de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.

 

 

Fonte: G1


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