Para o diretor da Associação das Indústrias Exportadoras de Carnes, Antônio Jorge Camardelli, atenção do País será para Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Indonésia, com preços médios elevados
São Paulo - O Brasil deve buscar novos mercados para manter a competitividade das exportações da carne brasileira. A opinião é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.
"A expectativa é grande, em cima do excelente trabalho do ministro Blairo [Maggi, ministro da Agricultura], com a discussão com a Coreia do Sul. Ou seja: de um mercado onde estão os dez maiores importadores de carnes no mundo e que têm os melhores preços médios, [como] Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Indonésia", disse ontem, em coletiva de imprensa em São Paulo.
Para o executivo, o País continuará ganhando espaço nos três tipos de carne que se pode trabalhar: a carne culinária, gourmet e de indústria. "Essa é uma característica que se tem que caminhar junto com o esforço de ser competitivo", pontuou.
Segundo Camardelli, o estado sanitário dos produtos, preocupação crescente entre os países, está ligado aos mercados de maior preço.
"Por que no passado o Brasil 'toma de assalto' países como Egito e Argélia? Por conta de que o estado sanitário do Uruguai, onde a população bovina é pequena em relação a exportação do país, teve que abandonar o Egito porque ele entrou para os Estados Unidos, México e Coreia do Sul, e o Brasil é um dos pouco competidores que tem condição de atender mercados em demanda e volume", analisou.
Japão
Na avaliação do diretor da associação das exportadoras de carnes, o Brasil deve endurecer as negociações com o Japão.
"Nós vamos aguardar as negociações com a volta do vice-ministro ao Japão, mas a Abiec acha que está na hora de, dependendo desse resultado concreto da última visita, elevar um pouco o tom da conversa", disse Camardelli.
Para ele, países como "Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Indonésia, têm leis internas com barreira comercial travestida de barreira técnica, e não dá para concordar com isso."
O executivo diz que o Japão é atrativo "por ter um dos melhores preços médios".
Para verificar a condição sanitária nacional, diversos países têm enviados equipes para inspecionar os frigoríficos brasileiros. Só neste mês, estiveram por aqui representantes de Cuba e Republica Dominicana. Até o final do ano, estão previstas equipes da Bolívia, Coreia do Sul, Peru e México.
Fonte: DCI