Clima favorável deve ajudar no nível de inflação do atacado em dezembro

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A maior ocorrência de chuvas, nos últimos dias, tem melhorado o plantio da safra agrícola para o próximo ano, e pode aliviar pressão de alimentos . Apesar disso, o IGP-M avançou em novembro

 

 

 



Apesar de terem sofrido alta em novembro, a inflação no atacado deve desacelerar no próximo mês. Fatores climáticos, como o melhor índice de chuvas, devem favorecer o plantio da safra agrícola para 2015, aliviando, portanto, os preços ao produtor.

No entanto, especialistas avaliam que a seca dos últimos meses deve impactar a inflação ao consumidor em dezembro. Além disso, deve haver um repasse da valorização do dólar frente ao real, em relação às matérias-primas importadas pelo Brasil.

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve alta de 0,98% em novembro, ante variação de 0,28% em outubro. Com isso, o indicador acumula, em doze meses, elevação de 3,66%, contra alta de 2,96% registrada no mês passado.

A maior pressão no IGP-M de novembro veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que apresentou variação de 1,26%. Em outubro, essa taxa foi de 0,23%.

O economista do Ibre-FGV, Salomão Quadros, explica que a aceleração no IPA foi pressionada pelos alimentos. "Durante o mês de outubro, e com algum desdobramento até novembro, o plantio da nova safra agrícola esteve sob ameaça, porque houve um período mais intenso de seca.[...] Então isso despertou uma série de temores de que a safra do ano que vem fosse prejudicada, o que fez com que os preços das commodities disparassem. O preço da soja subiu 6% e o do milho em 10%", afirma o economista da FGV.

Quadros avalia que a volta das chuvas nos últimos dias, "deve trazer tranquilidade ao mercado em relação aos possíveis efeitos negativos sobre a safra do ano que vem", reduzindo, portanto, a pressão dos produtos agrícolas no IPA. "Com isso, o IGP-M deve desacelerar em dezembro", ressalta.

Consumidor


O economista da FGV diz que deve haver algum repasse das matérias-primas agrícolas para os alimentos no varejo, no próximo mês, mas que o índice de inflação ao consumidor deve acelerar em "níveis razoáveis", dentro do IGP-M.

O professor da Anhembi Morumbi, Marcello Gonella, lembra dos efeitos da desvalorização do real ante ao dólar, que devem ser repassados às matérias-primas importadas pelo Brasil e pressionar os preços ao consumidor.

Quadros também menciona o efeito do câmbio, além do reajuste das tarifas de combustíveis. "Esses fatores devem impactar o IPA, mas nenhum deles é tão importante como o peso dos produtos agrícolas", diz ele. O economista da FGV acrescenta que outros impactos como o reajuste no preço da energia elétrica no Rio de Janeiro, além do dissídio da mão de obra na construção civil na cidade de Recife.

Quadros projeta, para o final de 2014, IGP-M abaixo de 4%, o que considera positivo, já que se encontra bem abaixo da inflação ao consumidor.

Além de ser um indicador que corrige diversos contratos, como os de aluguel.

Ontem, a presidente Dilma Roussef decidiu manter o economista Alexandre Tombini, na direção do Banco Central (BC). Tombini agradeceu à presidente pela "confiança e oportunidade" e salientou que a instituição tem trabalhado para manter inflação sob controle e para que esta retorne à trajetória de convergência da meta de 4,5%, estabelecida pelo governo federal.

O presidente do BC admitiu que o patamar da inflação ainda está elevado em doze meses, mas explicou, como já fez em outras ocasiões, que essa elevação decorre, em parte, de dois processos: o realinhamento dos preços domésticos com os internacionais e, também, o realinhamento dos administrados com os livres.



Veículo: DCI


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