Alta da inflação desafia empresários

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Setores adotam estratégias diferentes para contornar aumento nos custos e manter competitividade

A inflação - que no acumulado dos 12 meses encerrados em junho superou o teto da meta do Banco Central, ao fechar em 6,52% - tem sido um dos maiores desafios dos empresários brasileiros. E em Minas Gerais, alguns setores já sentem fortemente seus impactos e apostam em estratégias diferenciadas para aliviar a alta nos custos. Na batalha pela sobrevivência nesse ambiente hostil, vale desde a negociação com fornecedores na hora da compra até a reformulação dos negócios. Tudo em nome da competitividade.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o primeiro semestre de 2014 em 3,75%, taxa superior aos 3,15% registrados no mesmo período do ano passado. O ímpeto inflacionário tem assustado os empresários que começam a rever os negócios.

ɐ o caso, por exemplo, do comércio mineiro, que sente essa realidade de duas formas, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci. A primeira delas é a óbvia alta de preços dos produtos comprados para formar os estoques. E o problema é que, em um setor altamente competitivo, nem toda alta pode ser repassada aos consumidores. O resultado é um achatamento das margens. Ou seja: o negócio começa a perder rentabilidade. A outra questão seria a corrosão dos salários dos clientes potenciais. Nesse caso, o resultado é uma redução nas vendas.

Depois de repassar o aumento dos custos na medida do possível, o segmento passa agora por uma reformulação. "Só vão sobreviver nesse mercado aquelas empresas que tiverem uma gestão eficiente. E isso inclui muita mudança para aliviar as perdas, além da busca pela redução de custos", afirma. E dentro dessa lógica, Falci explica que está também a demissão dos funcionários menos eficientes e dos fornecedores menos maleáveis.  preciso excluir tudo que representar ineficiência ou altos custos.


Equilíbrio - O setor supermercadista é outro que precisa de muito equilíbrio para manter de pé os planos de crescimento. Segundo o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a atividade precisa reagir a uma mudança no perfil do consumidor, em conseqüência da inflação. Ele explica que os clientes passaram a pesquisar mais os preços e a buscar alternativas mais baratas de consumo.  o movimento chamado por ele de "economizar por conta".

Em resposta à mudança no comportamento do último elo da cadeia, os supermercados também passam por uma repaginada em seus negócios. Entram nessa aposta ações como aumento das opções de produtos, para que os clientes tenham alternativas baratas, maior barganha com fornecedores e achatamento das margens, dentre outras estratégias. "Estamos fazendo mais sacrifícios para alcançarmos um crescimento de 3,5% no setor, como planejado. Mas é importante que os empresários entendam também que é preciso competência para mudarmos o que está ao nosso alcance. Caso contrário é difícil sobreviver em crises", afirma.

Para a indústria têxtil mineira, a alta dos custos acumulada neste ano já bateu na casa dos 11%, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindmalhas), Flávio Roscoe. O setor também tem seguido a cartilha do achatamento das margens, busca por redução dos custos e maior eficiência. Entre as apostas estão também a mudança no mix de produtos e nas matérias-primas. Ou seja: há uma busca pela criação de produtos mais baratos e pelos tecidos com melhor custo-benefício na produção.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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