Mercado de moda infantil resiste à crise e sustenta as vendas das redes

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Nem o consumo enxuto mudou os planos de expansão de marcas como Tip Top, Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre e Alô Bebê. Até a Marisol investe em franquias e aposta na atração de investidores

 

 



A força do apelo emocional quando o assunto é vestuário e acessórios infantis costuma dar segurança às marcas do ramo. A infância demanda novas roupas e calçados constantemente e redes como Tip Top, Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre e a Alô Bebê mantém planos de expansão mesmo em ano de consumo retraído.

Agora, aliás, a concorrência tende a aumentar no mercado, com a chegada da nova franquia Marisol, etiqueta que era comercializada apenas em lojas multimarcas. A companhia, que já tem expertise no segmento de confecção infantil e acaba de comemorar 51 anos, abriu há menos de uma semana a primeira loja franqueada em Curitiba (PR).

A previsão é chegar a 200 lojas nos próximos anos, sendo todas franquias. A meta este ano é chegar a 15 unidades, disse ao DCI o gerente de novos negócios da marca, Hélio Bittencourt Júnior.

"A empresa prevê abertura de lojas Marisol nas principais cidades brasileiras. Já estamos com unidades negociadas em Campo Grande [MT], Campina Grande [PB], Goiânia [GO] e Belo Horizonte [MG]. Os empresários podem ser franqueados da rede [a Marisol detém as marcas Lilica e a Tigor], ou não. Afinal, vendemos para cerca de 10 mil lojas multimarcas, então temos uma lista grande para prospectar", afirmou.

O público infantil hoje tem voz ativa na decisão dos produtos a serem adquiridos e, por isso, o conceito da nova empreitada da empresa, conforme o executivo foi amplamente estudado, desde o mobiliário até a disposição dos produtos. "Demoramos um ano para formatar o conceito e a estratégia do negócio. Criar a loja Marisol era demanda do próprio mercado".

Entre os diferenciais no ponto de venda, o gerente destacou as áreas segmentadas, para representar categorias distintas de produtos. E disse que a empresa quer ser reconhecida pela oferta de vários artigos de moda, no conceito total look (roupas, calçados, meias, acessórios e moda praia). "Afora isso, contratamos uma consultoria especializada em atendimento, para desenvolver o "jeito de atender Marisol", explicou.

Bittencourt Jr. lembrou que para os interessados em abrir uma franquia, os investimentos são a partir R$ 400 mil. As lojas têm de 40 a 50 metros quadrados e a empresa lançará cinco coleções por ano - 600 peças por coleção. O mínimo de estoque inicial é R$ 100 mil e uma loja comporta cerca de mil peças. O público é basicamente da classe B e os itens são de zero a 12 anos.

Mercado forte

Investir no setor parece algo atrativo, afinal o mercado de artigos infantis em geral movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano. Normalmente, o segmento apresenta crescimento médio anual de 14%, conforme dados de mercado. Assim, tudo indica que em períodos de crise, ou não, as empresas que atuam nesse ramo mantêm planos de expansão.

Em geral, as famílias de classe média desembolsam cerca de R$ 5 mil no primeiro ano de vida dos pequenos. De olho nisso, a rede Alô Bebê também segue com apetite atrás dos clientes que vão das gestantes até as crianças de 12 anos, de ambos os sexos.

De acordo com o diretor de Marketing da rede, Milton Bueno, a bandeira por enquanto mantém a previsão de crescer no mesmo patamar do ano passado, em torno de 5%, sendo que as vendas do primeiro quadrimestre já demonstraram isso.

Hoje, a rede tem 24 unidades próprias e a meta é chegar a 30 até o final deste ano. Entre os meses de maio e junho, a Alô Bebê inauguras três lojas, sendo duas em Campinas (SP) e outra no Rio de Janeiro. As outras lojas deverão estar em operação até o final do ano, na região Sudeste e Centro-oeste.

"Vimos que houve uma procura maior pelo nome Alô Bebê, que atrai um fluxo grande de pessoas e muitos shoppings. Descobrindo que a bandeira atrai um público familiar completo e que os clientes têm hábitos como ir à rede com frequência, de 15 em 15 dias."

Com relação à crise econômica, o executivo afirmou que, sim, a companhia percebeu uma mudança na atitude dos consumidores. "Os clientes se tornaram mais racionais na hora das compras. Antes era tudo muito feito emocionalmente, mais por impulso. Mas como temos produtos de primeira linha a preços competitivos, vira um diferencial que nos mantém como referência".

Na Alô Bebê, o departamento de puericultura representa 40% das vendas. Os itens mais procurados são carrinhos de bebê, caldeirão, cadeiras de automóveis. A parte do vestuário representa por volta de 20% do market share e o restante é pulverizado entre brinquedos, calçados, cama e banho.

"A empresa tem produtos que atendem do recém-nascido até 12 anos de idade. Aliás, temos um projeto-piloto em Moema, na capital paulista, de uma bandeira voltada só para gestantes e estamos estudando a possibilidade de abrir outras lojas próprias nessa mesma linha", finalizou o diretor.




Veículo: DCI


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