Teka vai ampliar participação de importados em seu mix para 30%

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Segundo o vice-presidente Marcello Stewers, a empresa não tem substituído funcionários que saem voluntariamenteCom 85 anos de produção no mercado brasileiro, a fabricante de itens de cama, mesa e banho Teka se prepara para ampliar o volume de importados da Ásia no seu mix de produtos. Segundo Marcello Stewers, vice-presidente da empresa, a intenção é que a participação dos itens vindos do exterior aumente de 12% para 30% este ano.

 

Segundo Stewers, desde 2006 a Teka vem intensificando o processo de importação e criou um departamento exclusivo para lidar com o assunto. A companhia chegou a planejar a abertura de um escritório na China, mas a proximidade dos asiáticos com o mercado brasileiro fez com que o projeto fosse adiado. "Os asiáticos estão hoje todos aqui. A abertura de um escritório ainda não se fez necessária", disse.

 

O vice-presidente diz que fará importação de matérias-primas como fios, fibras e tecidos, além de produtos acabados. "Aquilo que demanda muita mão de obra para o acabamento vale a pena importar", explica.

 

A Teka trabalha com 30 a 40 fornecedores na Ásia - os tecidos vêm do Paquistão; produtos acabados, como luvas de cozinha, são trazidos da Índia; e matérias-primas em geral, da China. Stewers é claro em dizer que a decisão de ampliar a participação de importados na Teka é uma resposta ao que chama de política de desindustrialização do setor têxtil praticada pelo governo federal.

 

"Chegamos ao ponto que hoje se desenvolve o produto no Brasil, produzimos na Ásia e vendemos no Brasil sem grandes traumas ou problemas, como se as fábricas estivessem aqui, porém sem os problemas administrativos internos brasileiros, sindicais, governo, altas taxas de juro", afirma Stewers. Com a ampliação da participação de importados na produção, o encolhimento da mão-de-obra é um reflexo inevitável.

 

Segundo Stewers, a empresa não tem substituído funcionários que saem voluntariamente. Com cerca de 4 mil pessoas atuando em quatro plantas de produção e um centro de distribuição, a Teka já chegou a ter quase 7 mil empregados.

 

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as importações de têxteis chegaram a US$ 5, 037 bilhões em 2010, um crescimento de 44,7% sobre o ano anterior. Os tecidos ainda representam o maior percentual de produtos importados, com US$ 1,36 bilhão, seguidos por confecções, com US$ 1,24 bilhão.

 

Apesar da alta do algodão, a Teka cresceu em 2010. Segundo dados preliminares, seu volume de produção subiu 20,4% sobre 2009. O faturamento deve alcançar um crescimento de dois dígitos, assim como o Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização). A empresa ainda não divulgou os números do quarto trimestre de 2010.

 

Até setembro, a receita líquida da empresa foi de R$ 244,3 milhões, acima dos R$ 203,1 milhões do mesmo período de 2009. Apesar do avanço nas vendas, nos nove primeiros meses do ano passado a companhia registrou prejuízo de R$ 82,7 milhões.

 


Veículo: Valor Econômico


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