Encomendas para volta às aulas garantem metas de fabricantes

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Apesar da expectativa de manutenção do ritmo, empresas estão de olho na alta dos custos de produção, que podem pressionar as margens de lucro no próximo ano

 



As fabricantes de materiais escolares enfrentaram dificuldades este ano, mas os pedidos feitos pelo varejo no segundo semestre foram decisivos para minimizar o aumento de custos de produção e garantirem o alcance das metas para 2014.

Na Cadersil quase 90% da meta para o ano já foram cumpridas, considerando os pedidos fechados para atender a demanda de volta às aulas em 2015. "O período de setembro e novembro é representativo nas vendas, porque concentra até 80% do nosso faturamento no ano", explica o executivo de marketing da Cardesil, Laércio Barros.

A empresa, com fábrica na Paraíba, produziu 7,2 milhões de cadernos no ano passado, espera encerrar 2014 com 9 milhões de unidades vendidas. Segundo Barros, nos últimos anos a Cadersil tem mantido uma média de crescimento entre 15% e 20%. Mas ele ressalta que não é fácil sustentar o ritmo de expansão, porque a concorrência no segmento é acirrada.

As encomendas para a volta às aulas também impulsionaram o desempenho da Jandaia. A fabricante de cadernos espera que o crescimento em volume e faturamento cresça 20% em 2014, alinhado ao aumento na demanda do período escolar.

"Nós estamos trabalhando na capacidade máxima e podemos chegar a 42 mil toneladas produzidas este ano", afirma o analista de marketing da Jandaia, Thiago Bignardi.

A francesa BIC, também espera encerrar o ano em linha com o crescimento projetado no início do ano. A fabricante, que não divulga dados em relação ao volume produzido e faturamento, disse que o desempenho em 2014 está dentro das metas estipuladas e que a demanda para a volta às aulas é o mais importante para a categoria de papelaria da empresa.

"Nós trabalhamos em mais de 20 lançamentos para esse período", disse o gerente da categoria papelaria escolar da BIC, Felipe Favoretto.

Custos


Apesar da perspectiva de ganho de mercado no futuro, as empresas estão atentas à alta nos custos de produção, que tem pressionado a margem de lucro e já repassam parte do aumento. Em janeiro deste ano, o preço dos itens de papelaria subiu 1,95% em relação ao mês anterior. O dado é do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no qual a papelaria teve peso de 0,33 na composição da cesta de produtos. Movimento similar deve ocorrer em janeiro de 2015.

"Esse tem sido um ano mais difícil devido ao aumento dos preços de papel", conta o executivo da Cadersil. O insumo, corresponde a cerca de 70% do custo dos cadernos. Com a alta nas despesas, o produto ficou entre 12% e 15% mais caro neste ano.

"O aumento que mais pesou na nossa produção foi a energia elétrica", destaca o analista da Jandaia. A fabricante tem segurando o repasse de preços, e reajustou em 6% os preços, quando o aumento necessário para manter a margem seria de aproximadamente 10%.

Expansão


De olho no aumento de participação no mercado, as fabricantes têm investido nos mercados das regiões Norte e Nordeste do País, que ainda mantêm o consumo em expansão, devido a aumento da renda da população nos últimos anos.

"Nos últimos seis anos essas regiões ganharam mais relevância nos nossos negócios", conta Bignardi, da Jandaia. Hoje, a fabricante concentra no Norte, Nordeste e Centro-Oeste a maior parte de seu volume de vendas no País. O ganho, de acordo com o executivo, faz da região um importante mercado para os negócios da empresa.

Para a fabricante de canetas BIC "o tamanho da população e o ganho de renda tornaram a região um dos principais focos da nossa estratégia", comenta Favoretto, gerente da empresa.

Segundo o executivo, a BIC mantém um esforço contínuo para ganhar espaço no Nordeste. Até o final de 2015 a empresa deve investir R$ 40 milhões para ampliar sua unidade fabril em Manaus, no Amazonas.

O movimento já foi percebido pela Cadersil, líder do segmento na região. Barros conta que muitas empresas têm transferido suas fábricas para o Norte e Nordeste, além de adotar ações de marketing mais agressivas para ganhar mercado. "Nós já esperávamos esse movimento, que vem acontecendo nos últimos cinco anos", afirma o executivo da Cadersil.

Em contrapartida, a fabricante brasileira investe na expansão dos negócios fora desse eixo e já começou a distribuir seus produtos em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

"Parte da nossa estratégia inclui a diversificação de mercado, mas sem deixar de lado a região que nós já dominamos", disse o executivo de marketing da Cardesil, Laércio Barros.



Veículo: DCI


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