Fabricantes comemoram aposta em licenciamento

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As empresas que apostaram no patrocínio da Copa do Mundo têm bons motivos para comemorar, independentemente dos resultados em campo. Pesquisa feita pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) mostra que 98% dos brasileiros reconhecem as marcas da Copa. Um segundo levantamento, desta vez do Ibope e TV Globo, revela que 22% dos entrevistados comprariam algum produto relacionado aos jogos. Para percorrer esse trajeto, no entanto, as empresas tiveram que seguir à risca as regras determinadas pelo Programa de Licenciamento de Produtos e Canais de Distribuição Oficiais, elaborado pela federação.

Esse processo de seleção está sob os cuidados da Globo Marcas, licenciadora oficial da Fifa. Um dos pré-requisitos para se obter a licença é que a empresa candidata pague 12% de royalties à licenciadora. A companhia licenciada não tem exclusividade na exploração da identidade visual da Copa do Mundo no seu ramo de atividades.

Os números recolhidos do início da Copa mostram que entre 80% a 90% de todos os produtos licenciados pela Fifa já foram distribuídos a varejistas do país. São três milhões de bolas, 700 mil tatus-bola de pelúcia e 600 mil fulecos.

Entre outros itens que fogem a esses perfis de festa, há produtos licenciados tão variados como cadeados, toalhas e confecções.

"A Döhler saiu na frente e marcou o primeiro gol. Foi a única companhia do setor têxtil que conseguiu a licença da Fifa para fabricar toalhas de praia exclusivas com motivos da Copa do Mundo", comemora Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler S/A. A empresa passou por uma rígida avaliação da Fifa, que considerou, segundo o executivo, critérios como confiabilidade financeira, gestão e capacidade de entrega.

"Planejamos vender 400 mil toalhas licenciadas, mas acredito que esse volume possa chegar a 800 mil até o final do mundial", diz o executivo. O processo de fabricação foi iniciado em janeiro. Além das toalhas, a empresa aposta na linha Service Line, voltada para o setor hoteleiro, e que já registrou aumento de vendas de 25%. "Com o mundial se aproximando, os hotéis das cidades-sede e turísticas estão passando por reformas e isso inclui a troca de enxovais, o que está nos favorecendo bastante", explica.

Em outro nicho de mercado, o Grupo Papaiz, especializado em cadeados e fechaduras, fez um levantamento junto ao consumidor e constatou que o símbolo da Copa mais desejado é a bola. Segundo Sandra Papaiz, superintendente da companhia, com base nisso foi criado um cadeado em formato de bola de futebol com estampas do Fuleco e o emblema da Copa. A executiva não divulga os investimentos nessa empreitada, mas garante que está valendo a pena.

"Não foi uma negociação barata e simples, mas o objetivo principal de agregar valor ao nosso produto foi conseguido", diz Sandra. "As vantagens desse processo são facilmente percebidas. Por exemplo, o reconhecimento imediato da marca, a valorização do público, a associação a conceitos e valores ligados à Fifa, a economia em desenvolvimento de marca e o aumento das vendas", relata a executiva. "A Papaiz, ao fim da Copa, estima crescer 10% em volume de vendas."

A Malwee colocou no mercado a sua coleção de produtos licenciados da Copa 2014. "São mais de cem modelos que vão de camisetas e meias a jaquetas, lingeries e pijamas", diz Joe Giesele, diretor de desenvolvimento de produto da Malwee. "Participar de um evento reconhecido mundialmente é muito bom para dar visibilidade à marca. As vendas dessa coleção deverão responder por 2% da receita total da empresa no final do evento." Levantamento feito pelo Sebrae mostra que as PMEs vão faturar R$ 500 milhões com a Copa.



Veículo: Valor Econômico


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