Com produtos para todos os bolsos, utilidades domésticas mantêm vendas

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Esses itens devem ter aumento de 23% na comercialização até 2018, segundo a Euromonitor. Os dados, porém, indicam uma desaceleração se comparada alta de 35,9% entre 2008 e 2013

 



A oferta de produtos em diferentes faixas de preço foi a alternativa encontrada pelas fabricantes de utensílios domésticos para garantir as vendas no atual cenário econômico. A estratégia também deve contribuir para ampliar presença de itens nacionais. De acordo com dados da consultoria Euromonitor, as vendas dos produtos dessa categoria no País devem crescer 23,1% até 2018. O avanço, entretanto, é menor se comparado ao crescimento de 35,9% registrado no intervalo entre 2008 e 2013.

"Em algum momento, todo segmento tem uma saturação, mas mesmo com avanço menor, a categoria ainda cresce consideravelmente", afirma o diretor da consultoria DirectBiz, Rui Rosas.

Para ele, o segmento, que ainda sofre bastante com a concorrência frente aos importados, pode se beneficiar com a desvalorização do real. "De forma geral, pode haver um avanço, com ganho de market share dos produtos nacionais pelo preço", diz.

O consultor observa que as empresas estão mais atentas ao que o consumidor busca e, por isso, devem investir na diversificação do portfólio para atender a demanda.

Na Oxford, fabricante de utensílios para cozinha, os investimentos têm sido destinado a ampliação do portfólio de produtos, agora com foco principal no consumidor doméstico, conta a gerente de marketing da marca, Zaira da Silva. "Com o mercado desaquecido é muito comum as empresas se retraírem e reduzirem suas ofertas [de produtos], principalmente em lançamentos e inovação. [Mas] a Oxford trilhou o caminho oposto e lançamos muitas opções", destaca a executiva. Para ela, o mercado como um todo tem percebido a necessidade de atrair os consumidores com novidades.

No Grupo SEB, dono das marcas Clock, Rochedo e T-FAL, a estratégia é similar. "Investimos na oferta de diferentes opções de mix de produtos, oferecendo itens de qualidade com preços compatíveis aos benefícios oferecidos", afirma o gerente de marketing do Grupo, Adriano Toledo de Oliveira.

Ele explica que no segmento de produtos de entrada, a fabricante se preocupou em lançar um item com preço competitivo, enquanto na linha de maior valor agregado, a aposta é a variedade de modelos.

No relatório financeiro relativo ao primeiro trimestre, o Grupo SEB destaca o cenário econômico no País como um dos principais fatores que têm dificultado a manutenção do ritmo de expansão das vendas registrado pela companhia nos últimos dois anos. Na América do Sul, as vendas no trimestre avançaram 1,2% contra igual período do ano passado, somando 83 milhões de euros. O resultado na região foi o segundo menor visto no período.

Reforço

Já a Tupperware, fabricante de utensílios de plásticos, registrou alta das vendas no primeiro trimestre, mas tem avaliado com atenção à deteriorização do cenário econômico.

"O crescimento no trimestre desse ano veio acima das expectativas, mas estamos o tempo inteiro olhando para o mercado, porque o poder de compra do consumidor tem sido afetado", destaca a diretora de marketing da empresa, Luiza Souza.

Nos três primeiros meses do ano, as vendas da empresa no Brasil cresceram 46%, mantendo a média de dois dígitos registrada nos últimos anos. Para Luiza, o bom desempenho é atribuído ao canal de venda da fabricante, que trabalha com venda direta. "Nossas vendedoras são o pulmão do nossos negócios e, de olho nisso, as premiações para elas vêm mais agressivas esse ano, assim como o investimento em treinamento", revela.

Outra estratégia da Tupperware para manter as vendas em alta este ano é o investimento na linha para micro-ondas. De acordo com Luiza, a categoria de produtos próprios para o manuseio nesse eletrodoméstico tem potencial a ser explorado.

Repasse

"Vamos continuar trabalhando com o lançamento de produtos de maior e menor valor agregado para garantir opções ao consumidor", diz. A executiva reconhece, entretanto, que os preços aumentaram este ano, reflexo da alta nos custos. "Mas o nosso consumidor aceitou bem isso", garante.

Na Hércules, marca de utensílios do grupo Mundial, a tabela de preços também passou por reajuste e, diferente de outras fabricantes do mercado segmento, reduziu o portfólio. "Fizemos [o repasse] com muita cautela e seguindo reais necessidades, de forma que o impacto para o consumidor seja o menor possível", conta a executiva de marketing da Mundial, Priscilla Gomide. Segundo ela, a produção segue em linha com o ano passado.

Procurada pela reportagem, a Associação Brasileira das Empresas de Utilidades e Presentes (Abup) não retornou até o fechamento da edição.



Veículo: DCI


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