Abate de bovinos sobe 12% em MG em 2017

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O ano de 2017 foi desafiador para a produção de carne bovina em Minas Gerais e no País. Apesar das consequências negativas geradas com a Operação Carne Fraca e a queda do consumo interno, o setor reagiu e conseguiu encerrar o ano com incremento no abate. De acordo com os dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Minas Gerais, o abate de bovinos cresceu 12%.

 

Resultado positivo também foi verificado no abate de suínos, alta de 1,9%, e na produção de ovos, que cresceu 4,8%. Já a produção de leite ficou 1,9% menor, em função dos preços baixos praticados. O abate de frangos também recuou, encerrando o ano com queda de 8,6%.

 

Ao longo de 2017, Minas Gerais foi responsável pelo abate de 2,76 milhões de bovinos. No período, o peso das carcaças somou 665,4 mil toneladas, aumento de 13%. Somente no quarto trimestre, o abate de bovinos aumentou 24,6% e somou 725,9 mil cabeças. O peso das carcaças cresceu 26,5% e encerrou os três últimos meses do ano em 177,4 mil toneladas. De acordo com as informações do IBGE, um dos pontos que estimulou o abate foi o aumento das exportações.

 

Exportações - Segundo os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em 2017, as exportações mineiras de carne bovina movimentaram US$ 598,5 milhões, alta de 68,7%. Ao todo, foram destinadas ao mercado mundial 147 mil toneladas, incremento de 59,3%.

 

O mercado da carne foi impactado pela Operação Carne Fraca, deflagrada em março, e também pelo menor consumo no mercado interno. Por causa dos preços mais elevados do que os das demais carnes, em períodos de crise econômica, desemprego e redução da renda familiar, muitos consumidores migram para proteínas com preços mais acessíveis.

 

O supervisor de pesquisa agropecuária do IBGE Minas Gerais, Humberto Silva Augusto, explica que em 2017 ocorreu o início da recuperação do abate de bovinos no Estado, que nos anos anteriores ficou menor em função, principalmente, da seca. Para se ter ideia, em 2016, o abate de bovinos somou 2,46 milhões de cabeças, o que representou uma queda de 13% frente a 2015, quando foram abatidos 2,84 milhões de cabeças.

 

“O volume de bovinos abatidos ainda está abaixo do registrado em anos anteriores, mas, em 2017, foi iniciada a recuperação. O clima, nos últimos anos, prejudicou a produção”, explicou.

 

Suínos - Alta também foi observada nos abates de suínos. Em 2017, foram abatidos no Estado 5,42 milhões de cabeças, aumento de 1,9%. Houve crescimento de 2,4% no peso das carcaças, que encerrou o ano em 462,9 mil toneladas. No quarto trimestre, o abate somou 1,4 milhão de cabeças de suínos, variação positiva de 1,1%.

 

“Em 2017, o abate de suínos em Minas Gerais manteve o ritmo de crescimento verificado nos últimos anos. Somos grandes produtores, perdemos somente para os estados do Sul do País. Em épocas de crise econômica e redução da renda das famílias, a carne suína ganha força no mercado”, disse Silva Augusto.

 

Frangos e ovos - No ano passado, a produção de ovos cresceu 4,8% e somou 317 milhões de dúzias. No quarto trimestre de 2017, a produção alcançou 82,8 milhões de dúzias, variação positiva de 4,9%. No último dia de dezembro, o efetivo de galinhas poedeiras era de 14,47 milhões de cabeças, volume 5% maior que o verificado no mesmo dia de 2016.

 

Já o abate de frango em Minas Gerais recuou 8,6% e encerrou 2017 em 424,4 milhões de cabeças. No intervalo, o peso das carcaças somou 960,6 mil toneladas, alta de 1%. No último trimestre do ano, o volume de aves abatidas chegou a 95,18 milhões de cabeças, queda de 17%. Em relação ao peso das carcaças, foi verificado recuo de 3,5%, somando 232,2 mil toneladas.

 

De acordo com os dados da Seapa, as exportações de frango feitas por Minas Gerais recuaram em 2017. No período, a queda no faturamento chegou a 11,3%, com a movimentação de US$ 273 milhões. O volume destinado ao mercado internacional chegou a 170,2 mil toneladas, retração de 19,4%.

 

Com preços abaixo dos custos, o que desestimula a atividade leiteira, a aquisição e industrialização de leite ficaram menores. Segundo o IBGE, em 2017, a indústria mineira captou 5,99 bilhões de litros, volume 1,9% inferior aos 6,1 bilhões de litros registrados em 2016. Somente no quarto trimestre, a aquisição ficou 0,5% menor e somou 1,61 bilhão de litros.

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas 

 


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