Alta do milho fez produção de ração estagnar em 2016

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A alta do preço do milho no mercado doméstico derrubou a demanda por ração animal no segundo semestre, contaminando o desempenho da indústria em 2016. De acordo com estimativa divulgada ontem pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a produção de ração no país totalizou 66,8 milhões de toneladas em 2016, mesmo volume registrado no ano passado.



Em decorrência da alta do milho, as indústrias processadoras de carne de frango reduziram os alojamentos de pintos de corte no segundo semestre e, com isso, também a produção de ração, apontou o Sindirações. em balanço anual. Ao todo, a produção de ração para frangos de corte atingiu 32 milhões de toneladas em 2016, 1,2% menos que as 32,4 milhões de toneladas de 2015. O segmento de frango de corte representa cerca de 50% da demanda total de ração. Além do impacto sobre a avicultura, a disparada do preço do milho também desestimulou a engorda de bovinos em confinamentos. De acordo com a estimativa do Sindirações, a produção de ração para bovinos de corte foi de pouco mais de 2,5 milhões de toneladas neste ano, queda de 7% na ante as 2,8 milhões de toneladas produzidas no ano passado.



Na pecuária leiteira, também houve queda. De acordo com a estimativa do Sindirações, a produção de ração destinada para o gado de leite totalizou 5,3 milhões de toneladas, diminuição de 1,8% na comparação anual. Diferentemente do que ocorreu com a avicultura, a demanda de ração para a pecuária de leite cresceu no segundo semestre, após terem caído na primeira metade de 2016. "Os preços recordes pagos pelo leite animaram os produtores e favoreceram a reintrodução da tecnologia a partir de julho", afirmou em nota o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani. Na contramão, a produção de ração para suínos cresceu 3,5% em 2016, alcançando 16,4 milhões de toneladas. Apesar de o preço do milho também ter afetado a suinocultura, levando ao descarte de matrizes, o segmento cresceu neste ano, impulsionado pela maior demanda de Hong Kong e China.

 



Por Luiz Henrique Mendes | De São Paulo

 



Fonte: Valor Econômico

 

 

 


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