Unilever investe R$ 500 mi em fábrica de desodorantes no interior paulista

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                                A empresa lidera o segmento no Brasil, seguida pela Beiersdorf, dona da marca Nivea, e pela Natura. De acordo com a Euromonitor, no ano passado, esse mercado movimentou R$ 5 bilhões


São Paulo - A Unilever inaugurou ontem uma fábrica em Aguaí (SP), a 197 quilômetros da capital paulista, que vai produzir desodorantes aerossóis das marcas Rexona e Dove. A nova unidade tem 25 mil metros quadrados e recebeu R$ 500 milhões em investimentos.

Apesar da desaceleração do mercado de cuidados pessoais, a companhia continua registrando avanço nas vendas e aposta no crescimento no longo prazo, afirmaram executivos da companhia presentes no evento.

De acordo com dados da consultoria Euromonitor, a Unilever lidera o segmento de desodorantes no Brasil, seguida pela Beiersdorf, dona da marca Nivea, e pela Natura. No último ano, esse mercado movimentou R$ 4,92 bilhões. Ao todo, a indústria brasileira de beleza e cuidados pessoais registrou vendas de R$ 43,45 bilhões em 2014.

"Nos últimos anos temos crescido duas vezes mais que o mercado. Mesmo que agora o mercado tenha menor [taxa de] crescimento, continuamos a investir no País", disse o diretor executivo global da Unilever, Paul Polman, em coletiva de imprensa, ontem, na nova fábrica.

A planta de Aguaí já opera com duas linhas de produção de desodorantes aerossóis. A terceira linha, prevista para entrar em funcionamento até 2016, produzirá itens do portfólio de cuidados pessoais e para casa. A companhia não revela qual a capacidade produtiva da unidade.

Paul Polman contou que a produção da unidade de Aguaí será destinada à demanda do mercado interno. "Estamos com foco no mercado interno, que tem um potencial enorme, mas no longo prazo, nos próximos dez anos, podemos ter exportação", afirmou o diretor executivo global da Unilever.

Capacidade

Além da unidade recém-inaugurada no interior de São Paulo, a Unilever tem 27 fábricas em fase de construção em todo o mundo, revelou o executivo.

"A África também tem um potencial enorme e deve crescer bastante nos próximos anos", comentou ele. A operação brasileira é a segunda maior da companhia no mundo, atrás dos Estados Unidos e seguida pela Índia.

A empresa está presente em 190 países. Somente no Brasil, a Unilever conta com 10 complexos industriais e 15 linhas de produção. No ano passado, a empresa teve faturamento de R$ 16,7 bilhões no País, ante R$ 15,3 bilhões em 2013.

A empresa também tem uma linha de produção de desodorantes na Argentina, que responde por parte das vendas desse tipo de produto no Brasil Apesar da inauguração da nova linha no interior paulista, segundo o presidente da Unilever Brasil, a empresa deve manter as importações vindas do país vizinho.

No Brasil, o próximo projeto é a construção de uma planta no município de Escada (Pernambuco), próximo ao Porto de Suape. A unidade pernambucana deve receber um aporte de R$ 600 milhões.

"Lá serão produzidos alimentos e teremos também um centro de distribuição para o Nordeste", destacou o presidente da Unilever Brasil, Fernando Fernadez.

De acordo com a companhia, a fábrica de alimentos e o centro logístico devem ficar prontos entre o final de 2017 e o começo de 2018. A expectativa da Unilever é de que, quando estiver em funcionamento, o novo complexo fabril gere mais de 600 empregos diretos e 1.500 indiretos.

O protocolo de intenções entre o governo pernambucano e a companhia deve ocorrer ainda em setembro, no Recife.

Cenário

Segundo ele, o desempenho positivo da companhia, mesmo diante de um cenário econômico pouco favorável, pode ser explicado pela introdução de novos produtos e o amplo portfólio - com itens de menor e maior valor agregado.

Durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre deste ano, a Unilever destacou o crescimento do novo produto de pré-lavagem da marca Omo no País e o desempenho da linha de cuidados para casa, este último impulsionado pelo lançamento de produtos de maior margem.

O lançamento de novos produtos e a migração para versões líquidas de sabão devem manter o mercado de produtos para lavar roupa aquecido nos próximos anos. A consultoria Mintel estima que este ano as vendas devem crescer 7,5%, para R$ 10,5 bilhões.



Veículo: Jornal DCI


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