Setor vitivinícola registra estabilidade

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Resultado geral ficou positivo em 1,99%, com recuo na venda de vinhos e avanço de 100% no suco de uva



Com a comercialização de 172,7 milhões de litros de vinhos, sucos e derivados, o setor vitivinícola brasileiro chegou à primeira metade do ano com resultado positivo de 1,99% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os desempenhos das categorias de produtos, entretanto, tiveram comportamentos comerciais distintos no mercado interno.

O somatório das vendas de vinhos de mesa, finos e espumantes registrou recuo de 5,98% frente ao mesmo período do ano passado. Enquanto que os vinhos de mesa tiveram desempenho de -6,23%, com a venda de 89,6 milhões de litros, e os vinhos finos de -5,79%, com 8,7 milhões de litros, os espumantes estabilizaram as vendas com índice de 0,05%.

"A conjuntura econômica no Brasil não está favorável, e temos que lidar com as questões da resistência do consumidor em relação aos produtos nacionais e da baixa competitividade da cadeia nos custos de produção em relação aos importados", pondera o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e presidente da União Brasileira da Vitivinicultura (Uvibra), Dirceu Scottá, referindo-se aos vinhos finos.

Os indicadores positivos dentro do setor ficam por conta do Suco de Uva 100% prontos para consumo, que apresenta alta de 18,68% no período. As vendas dos espumantes moscatéis também tiveram crescimento de 17,17%. Categorizando por tipo de embalagem, a venda dos vinhos de mesa engarrafados ficou em patamar levemente superior ao primeiro semestre de 2013, com crescimento de 1,41%. Os 40,4 milhões de litros consumidos de janeiro a junho deste ano representaram 45% do total de vinhos de mesa comercializados no período.

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Suco - "O suco de uva caiu no gosto do consumidor, com volume de vendas superior ao do ano passado, sendo um produto de importância significativa para a cadeia produtiva. E é uma boa notícia o desempenho positivo do vinho de mesa engarrafado, que mostra o interesse do consumidor por produtos engarrafados na origem", observa o diretor executivo da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Darci Dani. A análise é compartilhada pelo presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Oscar Ló. Ele observa que, para as cooperativas, que trabalham muito forte nestes dois segmentos, o primeiro semestre foi positivo.

A previsão dos dirigentes do setor para o segundo semestre são de melhor desempenho em relação à primeira metade do ano. Entre os fatores citados para a avaliação está a perspectiva de manutenção em alta do comércio de suco, a retomada das vendas de vinhos e o reforço dos espumantes em função das festas de final de ano. "Fizemos um trabalho forte de projeção de imagem do vinho nacional, que pode ajudar na reação do segundo semestre", analisa Dani.

Já Scott defende a necessidade da criação de políticas estruturantes e que auxiliem na desoneração de custos para dar sustentabilidade à cadeia produtiva, principalmente em função do volume de vinhos de outros países que entraram no Brasil no período. "Sabemos que a grande maioria é de vinhos de baixo valor que entram com vantagens competividas em relação aos nacionais", observa o presidente da Uvibra.

A importação de vinhos registrou alta de 14,11% no primeiro semestre, frente ao mesmo período do ano passado. No total, ingressaram 35,6 milhões de litros de rótulos estrangeiros. Os indicadores foram positivos apenas para os vinhos tranqüilos, com crescimento de 15,36%. Os espumantes estrangeiros, por sua vez, recuaram 8,54%.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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