Periferias tornam-se locais atrativos para expansão de redes alimentícias

Leia em 3min 30s

A fim de atender um nicho de consumidores por vezes desassistidos, redes de alimentação pretendem ampliar a atuação em regiões periféricas dos grandes centros urbanos. A alta procura por serviços de delivery e menor concorrência são alguns dos elementos que tornar o movimento atrativo.

“As regiões de periferia, de um modo geral, registram um desempenho muito promissor, tornando-se um alvo dentro do nosso movimento de expansão de unidades. Além disso, as vendas de delivery desses locais muitas vezes são superiores às regiões com maior poder aquisitivo”, argumentou o diretor geral do Bob’s, Antonio Detsi.

 

De acordo com o executivo, o tamanho dessas operações em regiões de menor poder aquisitivo também tende a variar. “Normalmente, analisamos cada local de forma individualizada. Com base nas demandas desses consumidores, podemos implementar, por exemplo, um drive thru naquela operação”, afirmou o executivo, destacando que o grupo deve terminar o ano com 1280 unidades – o equivalente a um incremento entre 8% a 10%.

 

Além disso, o empresário conta que a rede tem realizado investimentos em tecnologia para agilizar o atendimento nas novas praças com implementação de totens de autoatendimento e sistema de retirada por meio das compras no aplicativo.

 

Nessa mesma perspectiva, outro exemplo de negócio voltado para o foodservice é a rede de hamburgueria Tico’s Burger. “O que costuma de diferenciar nessas regiões é o custo da operação. Atualmente, o delivery é responsável por 20% do nosso faturamento .Em regiões de periferia esse percentual tem maior potencial de crescimento do que em outros locais”, afirmou o CEO da rede, Tiago Stábile.

 

Para o empresário, essa demanda é o que tem impulsionado, em parte, o movimento de expansão da rede na cidade de São Paulo. “Atualmente, temos 19 unidades em funcionamento, mas nosso plano é terminar 2019 com 30 operações. Parte dessas aberturas ocorrerá na Região da Grande São Paulo, onde muitas empresas não oferecem serviços de delivery”, disse Stábile, destacando que a receita da rede deve somar R$ 20 milhões este ano.

 

Já para a diretora da consultoria em foodservice GS&Libbra, Cristina Souza, a popularização dos serviços de delivery nas regiões de periferia pode ser explicada pelo fato de o consumidor não ter a necessidade de pagar 10% pelo serviço e dividir um único prato com outras pessoas. “Além disso, esses negócios tem acompanhado o movimento de expansão de shopping centers em locais de menor poder aquisitivo”, afirmou Cristina.

 

Segundo a especialista, muitas redes enxergam a construção de shoppings nessas regiões como locais para o atendimento dessa população, tanto do ponto de vista de entregas como nos serviços de salão. “As classes C e D têm desfrutado mais dos produtos e serviços dessas empresas nos últimos anos. Um exemplo disso é o Shopping West Plaza, que tem redes como Outback”, complementou Cristina.

 

Outro exemplo de rede alimentícia que aposta nas demandas de regiões periféricas é a Light Food Way. “Existe um paradigma de que comida saudável muitas vezes tem um preço muito alto. Porém, nossa rede vem justamente com a proposta de desconstruir essa percepção dentro do mercado de alimentação”, argumentou a fundadora da empresa alimentícia, Karla Nadir, destacando que o preço dos pratos começam a partir de R$ 15,90.

 

De acordo com a executiva, o custo benefício em termos de entregas dos pratos prontos nessas regiões torna-se maior em relação às outras localidades, uma vez que a fidelização é mais viável com o delivery. “Atendemos regiões completamente diferentes em termos de poder aquisitivo: Alphaville, Jabaquara, Tatuapé e São Bernardo. Com isso, vemos a necessidade de lançar um aplicativo próprio para realizar essas entregas, uma vez que a possibilidade de fidelização torna-se mais viável por meio de uma plataforma própria”, declarou Karla, que atualmente trabalha com aplicativos de entrega terceirizados.

 

Fonte: DCI

 

 

 

 

 


Veja também

Brasileiros buscam produtos mais saudáveis e sustentáveis

De acordo com o estudo Estilos de Vida 2019 da Nielsen, o meio ambiente já aparece como uma das 10 principais pre...

Veja mais
Heineken com Novo Filme

A Glacial, marca do Grupo Heineken Brasil, desenvolveu uma nova comunicação, intitulada "Como Tá a ...

Veja mais
Vendas de produtos para o inverno aumentam na região de Itapetininga

A chegada do frio e o número de promoções fez com que as vendas de produtos de inverno aumentassem ...

Veja mais
Mercadinhos de bairro driblam concorrência dos 'atacarejos de vizinhança'

Se vida de pequeno empreendedor não é jogo fácil, a de dono de mercadinho parece até ingl&oa...

Veja mais
Ministério da Agricultura proíbe a venda de seis produtos em todo o Brasil

Azeite de oliva de seis marcas foram proibidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de...

Veja mais
Cadastro positivo compulsório entra em vigor nesta terça-feira

Entra em vigor amanhã (9) o cadastro positivo compulsório. O sistema, instituído na Lei Complementa...

Veja mais
Ministério da Agricultura anuncia medidas de estímulo a cooperativas

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou ontem (4), em sua conta oficial no...

Veja mais
Indústrias de alimentos podem ter o selo de bem-estar animal

Atentas à tendência do bem-estar animal na criação de animais de produção, as i...

Veja mais
Minalba Brasil anuncia novo posicionamento de marca

A Minalba Brasil lançará em julho o novo posicionamento adotado por todos os produtos vinculados à ...

Veja mais