Empreendedorismo na Páscoa ajuda a impulsionar as vendas de atacarejos

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Diante do recrudescimento dos níveis de desemprego do País, os atacarejos aumentaram a atenção para brasileiros em busca de complementação de renda na Páscoa. No período que antecede a data, redes esperam alavancar o volume de venda de produtos para os que vão produzir, para consumo próprio ou revenda, ovos de chocolate e ceias.

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de mão de obra subutilizada no País, em fevereiro, era de 24,6%. Isso significa que aproximadamente 27,9 milhões de pessoas estão sem emprego, com potencial de trabalhar ou atuando menos horas do que gostariam ou poderiam. Dentro deste grupo, 13,1 milhões de brasileiros estão desempregados.

 

Nesse sentido, um dos exemplos de atacarejo que aposta no atendimento desse público é o Akki Atacadista. “O grande negócio do cash é a pré-Páscoa com a venda de chocolates em barra para transformação. Entendemos que o comércio relativamente informal de pessoas sem emprego ou com horas vagas cresce e com isso a busca destes produtos para produzir aumenta bastante”, diz o diretor, Artur Raposo.

 

O executivo destaca ainda que a “meta de crescimento no período gira em torno de 10% em volume de vendas”.

 

De acordo com Raposo, a perspectiva é que haja queda na venda de ovos de Páscoa prontos. Em contrapartida, outras categorias de produtos típicos devem registrar evolução no volume comercializado.

 

“Acreditamos que a alta do comércio de peixes, azeite e demais correlatos seja de aproximadamente 8% e, por fim, chocolates em barra, 18%”, explicou o executivo, destacando que nesse período há melhor negociação de preço desses produtos juntamente ao fornecedor em virtude do volume.

 

Na esteira do otimismo, a empresa pretende ainda construir novas unidades do negócio. “Temos dois terrenos próprios, os quais estamos negociando com fundos de investimento ou banco para construir lojas e também através de investidores que constroem em seus próprios terrenos as lojas no nosso padrão.”

 

Atualmente, a rede tem seis unidades em operação, com faturamento de R$ 600 milhões em 2018. O tíquete médio das lojas está em R$ 200. Para 2019, a perspectiva é de avanço de 15%, já descontada a inflação do período.

 

Para o sócio fundador da consultoria de varejo GPME Expansão e Estruturação de Negócios, Anibal Maini, comprar grandes volumes para conquistar descontos se tornou prioridade para uma grande fatia dos consumidores finais e também pequenos comerciantes.

 

“O modelo atacarejo realmente está em alta. Nota-se que várias lojas supermercadistas convencionais aderiram ao formato de atacarejo nos últimos cinco anos para atender a essa demanda”, diz Maini.

 

O especialista observa que o movimento de expansão desse formato deve ganhar mais força nas cidades do interior do País. “Em um projeto recente que participei, visitamos dois atacarejos no leste de Minas Gerais, em cidades com menos de 15.000 habitantes.”

 

Outro exemplo de rede no formato cash and carry que deve aproveitar o movimento pré-Páscoa é o Assaí – cujo controlador é o Grupo Pão de Açúcar (GPA).

 

“Quando observamos as vendas direcionadas para os clientes que vão transformar barras de chocolate para produzir bombons, ovos e trufas, existe um movimento mais intenso tendo em vista a situação do mercado de trabalho”, afirma o diretor comercial do Assai, Wlamir dos Anjos.

 

O executivo destaca que a projeção de vendas de produtos relacionados à Páscoa é de expansão de 20% no período, na comparação com 2018.

 

Segundo Anjos, para essa data comemorativa, há ampliação em torno de 1 ponto percentual (p.p.) da participação da categoria no portfólio total do negócio. “Mesmo sendo 1 p.p., esse aumento é representativo tendo em vista o volume comercializado de produtos. As negociações com os fornecedores começam em torno de novembro e início de janeiro”, explica.

 

Efeito calendário

 

Na perspectiva traçada pelo CEO do Atacadão, Roberto Müssnich, pelo fato do período de Páscoa ocorrer no mês de abril, haverá maior disposição tanto por parte do consumidor final como dos pequenos lojistas para compras no negócio.

 

“No ano passado, a Páscoa caiu em março e não deu tempo do cliente se recuperar dos impostos de janeiro e fevereiro. Em 2019, portanto, a perspectiva é crescer 20% em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma. Por fim, ele menciona, sem revelar os números, que a tendência é de um tíquete médio maior no período comemorativo.

 

Fonte: DCI

 

 


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