Valor financiado pelo Mais Alimentos pode chegar a R$ 9 bilhões nesta safra

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Os juros mais baixos e a intenção dos agricultores familiares de ampliar a frota de máquinas e implementos deve fazer com que o volume de recursos financiados por meio do Programa Mais Alimentos alcance até R$ 9 bilhões no ano safra 2018/2019.

 

Os tratores e implementos respondem por 50% dos negócios firmados por meio do programa, em média, segundo a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Criado na safra 2008/2009 no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Mais Alimentos também financia melhorias nas propriedades, equipamentos e motos.

 

Caso a projeção do diretor do Mais Alimentos, Guilherme Martinelli, se concretize, o incremento será de 21,6% ante os R$ 7,4 bilhões financiados em 2017/2018. “Depois de dez anos do programa, há uma espécie de passagem de ciclo. O agricultor está planejando ampliar a frota e as empresas estão atentas a isso”, avalia.

 

Segundo a Sead, de cada três tratores vendidos na safra passada, um foi negociado por meio da linha de crédito. Podem ser financiados tratores de até 80 cavalos de potência para compras individuais e coletivas a produtores que se enquadrem no Pronaf, com três anos de carência e dez anos de prazo de pagamento.

 

Nesta safra, os juros variam de 2,5% a 4,6%, enquanto que na temporada anterior oscilaram entre 2,5% a 5,5%. “[O juro] é muito baixo se comparado ao de bancos comerciais”, avalia Martinelli.

 

Para o dirigente, outro atrativo é o desconto mínimo que as empresas devem oferecer ao produtor, que passou a ser de 5%, segundo estabelecido pela portaria 498, publicada há um ano. Até então, os descontos sobre os preços de mercado variavam conforme o modelo.

 

“Quando foi criado, o programa permitiu a esse produtor o acesso a máquinas. Agora, está permitindo o aumento da frota e acesso à tecnologia” afirma o gerente de marketing e produto da sul-coreana LS Tractor, Astor Kilpp.

 

A empresa, que trabalha com máquinas de 40 a 100 cavalos de potência e tem 10% de market share no mercado brasileiro, vendeu 35% acima do ano passado na Feira de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), que ocorreu no final do mês passado em Esteio (RS). A companhia projeta crescimento de 30% das vendas totais neste ano. “O interesse do produtor por máquinas de maior tecnologia é sem dúvida o que vai puxar as vendas do segmento por meio do Mais Alimentos nesta safra e essa será uma demanda constante”, avalia.

 

Gigantes de máquinas também estão de olho neste mercado. Para o gerente de marketing da New Holland, Jefferson Kohler, com o produtor capitalizado em função da boa remuneração das commodities, os agricultores estão dispostos a investir. “A agricultura familiar também está buscando máquinas com maior potência e performance.”

 

Balanço

 

De janeiro a agosto, as vendas totais de máquinas agrícolas somaram 29,6 mil unidades, alta de 6,2% sobre igual período do ano passado, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) na quinta-feira (06). “O produtor tem rentabilidade, um bom dólar para exportação e confiança para fazer investimentos em bens de capital”, disse o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto.

 

Um exemplo disso é o produtor de soja e arroz Ernesto Predebom, da fazenda Flor de Lis, de São Gabriel (RS). Ele comprou uma colheitadeira avaliada em R$ 1 milhão na Expointer por meio de um aplicativo recém-lançado pelo Banco do Brasil. Ele já havia adquirido oito máquinas da marca neste ano.

 

“Os tratores estão com melhor preço em um ano em que nossos produtos estão mais valorizados ”, destacou.

 

Fonte: DCI


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