Falta de mão de obra retarda colheita de café conilon, que "seca" no pé do ES

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A falta de mão de obra tem retardado a colheita do café conilon (robusta) no Espírito Santo, maior produtor nacional da variedade, com parte da safra "secando" nos campos, disseram especialistas à Reuters nesta quinta-feira, alertando para o risco de produtividade potencialmente menor nesses casos.

 

De acordo com o consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado, neste ano houve atraso na maturação dos cafezais capixabas, e os trabalhos de colheita começaram mais tardiamente, intensificando-se em junho e coincidindo com as atividades envolvendo arábica, produto mais valorizado que o conilon.

 

O Espírito Santo, embora seja líder nacional em café conilon, tem também uma expressiva produção de arábica, sendo o terceiro maior produtor desta variedade, atrás de Minas Gerais e São Paulo.

 

"Os trabalhos de colheita geralmente começam antes com o conilon, depois com o arábica. Mas, como atrasou, agora ambos os cafés estão brigando por mão de obra", afirmou o consultor, acrescentando que o atraso na maturação se deu basicamente no Espírito Santo --Rondônia, outro importante produtor de robusta, registra uma safra dentro da normalidade.

 

Nesta semana, tanto a Safras quanto o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, relataram atraso na colheita de conilon, algo atípico para meados de julho, quando as atividades já estão praticamente encerradas.

 

Antônio de Souza Neto, presidente da Cooabriel, maior cooperativa de conilon do mundo, em São Gabriel da Palha (ES), relatou que este está sendo o "pior ano" em termos de mão de obra para os trabalhos no Estado.

 

"Já era para a colheita ter terminado. Atrasou pelo menos uns 40 dias", afirmou, destacando que nas últimas semanas o preço pago ao colhedor saltou 50 por cento por saca colhida, devido à escassez de mão de obra e pela concorrência com os trabalhos envolvendo o arábica.

 

De acordo com Souza Neto, ele mesmo um produtor, com 1 mil sacas ainda para serem colhidas, disse que o risco é o café "secar" nos pés e perder peso, algo que já ocorre em algumas áreas. Ele disse que cerca de 30 por cento da safra de conilon no Estado ainda precisa ser colhida. Segundo o presidente da Cooabriel, é difícil estimar o impacto na produtividade quando o café "passa do ponto" de colheita.

 

O Espírito Santo deve colher em torno de 8,3 milhões de sacas de conilon neste ano, uma expressiva alta de 40,4 por cento em relação ao ano passado, que ainda sentia os efeitos de anos de seca, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção de café arábica do Espírito Santo está estimada pela Conab em 4,5 milhões de sacas, crescimento de mais de 50 por cento na comparação com o ano passado.

 

Fonte: Reuters

 


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