Sobras de Páscoa geram desafios aos mercados

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Não há como escapar de ter que lidar com sobras quando o assunto são produtos de Páscoa nos supermercados. Cada ponto de venda mantém a sua estratégia, previamente alinhada com as indústrias. Mas, no geral, os varejistas têm aprimorado cada vez mais o mix de ovos e coelhos de chocolates para evitar prejuízos.

 

"Houve períodos em que boa parte (cerca de 40%) do volume negociado com os fabricantes ficava nas prateleiras", admite a diretora administrativa da rede Supermago, Patrícia Machado. "Em vista disso, temos diminuído a quantidade de marcas trabalhadas ano a ano, pois os consumidores perceberam que não vale a pena comprar ovos de chocolate ao invés de barras, porque a diferença de preço é grande para a mesma gramatura", comenta a gestora da empresa com quatro lojas em Porto Alegre, e um canal on-line.

 

Patrícia pondera que nesta Páscoa as vendas estão saindo dentro do planejado. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha do Varejo (Agas), Antônio Cesa Longo, um maior volume (40%) de comercializações no Estado acontece no sábado que antecede a data. "Cada vez mais as pessoas deixam para realizar as compras de Páscoa na última hora, com o objetivo de reduzir o consumo. Mas a estimativa é de que mais de 2 milhões de ovos sejam vendidos no sábado", observa Longo. "Também tem a questão do calor, pois as pessoas sabem que o chocolate fica melhor acomodado nas lojas", completa a diretora da rede Supermago.

 

Conforme os lojistas, os itens mais vendidos foram caixas de bombons. "As pessoas relutam em comprar muitos presentes, para economizar. No entanto, acabam cedendo ao se deparar com promoções ou preços mais acessíveis", comenta Longo.

 

Os tipos mais comuns de doces também têm outra vantagem: podem ser reaproveitados pelos lojistas. "Este ano investimos mais em bombons e barras de chocolate, porque não precisa devolver nem negociar com a indústria, e depois se vende no inverno", explica Patrícia. No caso dos ovos e coelhos, o habitual é os fornecedores comparecerem aos supermercados para fazer a contagem, e, dependendo das sobras, fazer uma proposta de descontos.

 

Muitos ovos que não saem das prateleiras até a data festiva voltam para as fábricas e são eliminados, no caso onde lojistas negociam a venda consignada, informa a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate (Abicab), entidade que representa 92% da indústria de chocolates no País. Segundo a Abicab, em 2018 já foram produzidas 9 mil toneladas de chocolate - o equivalente a 36 milhões de ovos.

 

Em geral, os varejistas mantêm os produtos que não foram vendidos até o domingo de Páscoa expostos nas gôndolas por mais uma semana - e uma minoria segue com os itens disponíveis por no máximo 15 dias. "Após este período não vale a pena, porque não vende e precisamos de espaço para outras promoções mais pontuais", comenta Patrícia. "Nos três primeiros dias depois de domingo ainda tem alguns consumidores que compram, porque esqueceram de presentear um ou outro. Depois, a saída destes itens é quase nula", destaca Longo. Alguns supermercados oferecem desconto já a partir de hoje, outros baixam os preços somente na quarta-feira - sendo que em alguns estabelecimentos os valores podem cair em até 50%.

 

Fonte: Jornal do Comércio - Porto Alegre

 

 

 


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