Solução para crise do arroz passa por aumento do consumo, avalia Irga

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O Rio Grande do Sul abre nesta sexta-feira, oficialmente, a colheita do arroz. O clima é de apreensão dentro e fora do campo. Nas lavouras, o frio fora de época fez o Irga revisar a produção: as 7,87 milhões de toneladas são 10% inferiores à última safra.

 

Mas é no âmbito econômico que produtores vêm colhendo os maiores percalços. Desvalorização do cereal, preço mínimo que não cobre custos e endividamento minam a confiança do agricultor. E pautarão encontro com o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, que participa da abertura, na Estação Experimental do Irga, em Cachoerinha.

 

Para enxugar oferta

O excesso de arroz no mercado interno tem feito os preços despencarem. Conforme o indicador Esalq/Senar-RS, a saca fechou em R$ 35,32 na quarta-feira – abaixo do mínimo, que é R$ 36,01. Na tentativa de enxugar a oferta, foram realizados ontem os dois primeiros leilões, de Prêmio de Escoamento da Produção e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor. Das 300 mil toneladas ofertadas, 170,68 mil toneladas foram negociadas. O estoque final do ciclo atual é estimado em 1,18 milhão de toneladas.    

 

Mais grão no prato

A solução para a crise arrozeira passa pela retomada do consumo do arroz, avalia Tiago Barata, diretor comercial do Irga. Nos últimos 20 anos, houve recuo de 10,3 quilos por habitante:

 

– Se o consumo fosse estável, teríamos demanda extra de 2,1 milhões de toneladas .

 

A atual situação é bastante delicada. Levantamento mostra que foram raros os anos em o produtor médio conseguiu cobrir o custo de produção. Em 14 anos, ele acumulou 124 sacas de prejuízo.

 

Na raiz dos custos

Segundo a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), 30,26% dos custos de produção da lavoura de arroz são impostos. É por isso que a entidade defende a reforma tributária como forma de diminuir os gastos, o que deixaria o produto competitivo.

 

– A tributação é fundamental para os custos de produção. Se aprovada a reforma, a gente passa a plantar com imposto zero – pondera Antônio da Luz, economista do Sistema Farsul, que tratou do tema na 28ª Abertura da Colheita do Arroz.

 

 

Fonte: GaúchaZH


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