Cargill prevê avanço de participação em 2018

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A Cargill Nutrição Animal planeja ampliar a sua participação no mercado de bovinos confinados no Brasil em 2018 para 27%. O consumo de produtos da empresa – focada em núcleos, premixes e aditivos – compreende aproximadamente 25% dos animais terminados no cocho no País.

 

Segundo levantamento mais recente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), o número de animais confinados chegou a 3,4 milhões de cabeças em 2017. De acordo com o líder nacional de negócios de bovinos de corte da Cargill, Pedro Terencio, esse incremento será possível devido à aquisição da goiana Integral Nutrição Animal, em outubro de 2017, o que também deve permitir o aumento de participação de mercado entre os animais suplementados a pasto.

 

O negócio ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o valor não foi divulgado.

 

A compra inclui uma fábrica localizada em Goianira (GO) e uma receita líquida de R$ 80 milhões (US$ 25 milhões) por ano, além do portfólio de produtos que vão de suplementos minerais a premixes. “Isso não significa que estamos trocando o foco do confinamento para o pasto, mas que estamos expandindo o nosso trabalho para continuarmos relevantes para a produção de carne bovina de forma intensiva”, disse, ao comentar a expertise da empresa goiana, direcionada para a suplementação a pasto.

 

“Isso economiza tempo no processo de avanço da nossa participação nesse segmento e nos prepara para eventuais flutuações no mercado de confinamento no Brasil”, argumentou Terencio.

Outras apostas

 

Parte dessa expansão inclui a ampliação da unidade de Itapira (SP), que recebeu investimento de US$ 8 milhões – anunciado em junho passado –, que será concluída neste mês. “Isso nos dará mais flexibilidade para produzir diferentes produtos no mesmo local”, salientou Terencio. A empresa também possui unidades de nutrição animal em Toledo (PR) e Chapecó (SC).

 

A compra da Integral permitirá ampliar o acesso da empresa a estados como Goiás, Tocantins e Bahia, além de possibilitar que a empresa oferte outros tipos de produtos onde a marca já está consolidada, como Mato Grosso. “Rondônia e Tocantins são mercados que nos interessam porque o confinamento e a pecuária de corte como um todo estão crescendo e amadurecendo, por isso, precisam de mais ferramentas para produzir”, avalia Terencio.

 

Ele não descarta a possibilidade de a empresa fazer novas aquisições no ano que vem. “Continuamos com a intenção de fazer novos investimentos na área de nutrição, embora não tenhamos algo específico na mira neste momento. É uma questão de acharmos o parceiro certo para investir.”

 

Outra aposta da Cargill para este ano é o lançamento de produtos que devem obter registro junto ao Ministério da Agricultura (Mapa) para chegar ao mercado ainda em 2018. Entre eles, estão itens da linha da Diamond V, companhia de aditivos naturais para nutrição animal adquirida pela Cargill em novembro. “Embora sejam mais voltados para animais a pasto, acredito que conseguiremos contemplar o confinamento no curto prazo”, destaca o executivo.

 

Terencio também espera um aumento na terminação de animais no cocho no ano que vem, em linha com as estimativas da Assocon, que estima um total de 3,8 milhões de animais para 2018. “O mercado vai dar chance para que o pecuarista que se planejar tenha rentabilidade”, avaliou.

 

A expectativa é positiva depois de um 2017 turbulento. “Atuamos com produtores dedicados à pecuária tecnificada, o que engloba o confinamento, que teve um primeiro semestre mais difícil por conta de ocorrências como a Operação Carne Fraca”, disse. “No entanto, o mercado melhorou no segundo semestre e conseguimos participar dessa retomada”, complementa Terencio.

 

 

Fonte: DCI São Paulo


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