Pecuária leiteira: setor agenda manifesto nacional

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Mesmo depois da suspensão das licenças de importação de leite do Uruguai, anunciada na última terça-feira, dia 10, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, o setor leiteiro mantém marcado, para esta segunda-feira, 16, o primeiro manifesto nacional para o fortalecimento da cadeira produtiva do leite. O encontro será realizado a partir das 9 horas, no Parque de Exposições do município do Prata, em Minas Gerais.

 

Organizado pelo Núcleo dos Sindicatos Rurais e Fecoagro Leite Minas, o evento, denominado “SOS Leite – Balde Cheio, Bolso Vazio”, deve receber mais de 1 mil produtores rurais, autoridades e lideranças do setor, que reivindicarão a adoção, por parte do governo brasileiro, de medidas de apoio e defesa da cadeia produtiva do leite. O Ministro da Agricultura Blairo Maggi é presença confirmada no evento.

 

De acordo com Vicente Nogueira, coordenador da câmara de leite da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), “o objetivo é alertar as autoridades do risco de se aprofundar ainda mais a crise no setor leiteiro por falta de mecanismos que garantam renda para o setor”, alerta. Durante o evento será apresentado o panorama atual do leite no Brasil e as demandas dos produtores de leite, representados por suas entidades.

 

Empregos - De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato Rural de Uberlândia, o leite é a atividade que mais gera empregos no País. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 1,3 milhão de propriedades que produzem leite. Considerando a ocupação média de quatro pessoas por propriedade, são mais de 5 milhões de empregos gerados nas indústrias de laticínios e no campo com a produção primária. Outro dado importante é que o leite está presente em 99% dos municípios do País.

 

O Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo. Em 2016, o faturamento gerado pela produção de leite foi de R$ 44,7 bilhões, representando 24% do valor bruto da produção (VBP) gerado pela pecuária, sendo inferior apenas ao da carne bovina, mas superior ao valor da produção de frangos, suínos e ovos.

 

Suspensão – Ainda segundo o Sindicato Rural de Uberlândia, a decisão de o governo brasileiro de suspender as importações do leite em pó do Uruguai é justificada. “Análise da balança comercial do agronegócio entre Brasil e Uruguai permite dimensionar o quanto o País é afetado pelas exportações uruguaias. Em 2016, o saldo desse comércio foi favorável ao Uruguai em US$ 418 milhões, sendo que 36% referem-se aos produtos lácteos. Nesse período, o Brasil foi o destino de 86% do leite em pó desnatado, e 72% do leite em pó integral exportado pelo Uruguai”, informou o sindicato.

 

Perspectiva - Após dois anos de retração da produção de leite brasileiro, o cenário produtivo em 2017 apresenta sinais de recuperação, impulsionado por preços praticados para o litro de leite a partir do segundo semestre de 2016. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que a produção deste ano será de 34,9 bilhões de litros, o que deve gerar um faturamento de R$ 46,8 bilhões.

 

Girolando - Após ter a reivindicação da suspensão das importações de leite em pó do Uruguai atendida pelo Mapa, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando confirmou participação no manifesto nacional “SOS Leite – Balde Cheio, Bolso Vazio”. Segundo o presidente da Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, ainda é preciso estimular o consumo do leite no mercado interno.

 

 

“As importações estão refletindo negativamente no preço do leite. Com a suspensão anunciada pelo ministro, acreditamos que o preço interno do leite volte a reagir em breve. Mas esta medida precisa ser mantida por um longo período para que essa reação positiva aconteça. Também precisamos de políticas públicas de estímulo ao consumo interno do leite no Brasil. O produtor de leite precisa se unir. Só assim seremos mais fortes e conseguiremos melhores condições para o desenvolvimento da pecuária leiteira do Brasil.”, defende Rodrigues. Com informações do Sindicato Rural da Uberlândia e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

 

Fonte: Diário do Comércio 


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